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Puerpério: respondemos as principais dúvidas sobre o período pós-parto

Apesar desses sintomas serem comuns no pós-parto, nem sempre as mães são instruídas o suficiente para lidar com eles - Getty Images
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Publicado em 13/06/2020, às 11h13 por Camila Montino, filha de Erinaide e José


Apesar desses sintomas serem comuns no pós-parto, nem sempre as mães são instruídas o suficiente para lidar com eles (Foto: Getty Images)

Depois de trazer o bebê ao mundo e receber alta para ir para casa, começa a fase em que você descobre como cuidar dos seus pontos, do seu ­ filho e como conseguir tomar banho entre uma mamada e outra. E, deixe-nos adivinhar: é nesse momento também que você acha que vai ter seu corpo de volta e, mais uma vez, as mudanças aparecem – e se você for mãe de primeira viagem, aí é que elas te pegam de surpresa mesmo! Sensação de queimação ao fazer xixi, gases que escapam sempre nos momentos mais impróprios e o rosto cheio de espinhas não estavam nos seus planos, mas aparecem. Segundo Margaret Mueller, médica e professora-assistente de obstetrícia e ginecologia da Academia de Medicina Northwestern, em Chicago, na maioria das vezes as mulheres são pegas de surpresa por esses sintomas. “Estudos mostram que obstetras e ginecologistas não têm o costume de instruir mulheres o suficiente sobre as possíveis complicações do pós-parto”, ela explica. Mas existem casos também em que apesar das recomendações, as mães estão tão focadas no bebêque as palavras dos médicos entram por um ouvido e saem pelo outro. Se esse é o seu caso, não se preocupe. Agora que você está aqui. Con­fira as nossas dicas para se recuperar da melhor maneira possível dos sintomas pós-parto e garantir que eles não se tornem um problema.

“É normal não conseguir segurar o cocô?”

Se por acaso você tem manchado suas calcinhas de cocô sem querer, acredite: isso é supernormal. A consequência de um bebê pressionando seus músculos pélvicos e nervos, e da força de empurrar a criança durante o parto, pode di­ficultar o controle dos gases ou do intestino nas primeiras semanas. Dentre os sintomas, você pode encontrar vestígios de um “vazamento” de cocô quando você solta um pum, tosse, espirra ou levanta algo pesado. Um estudo australiano descobriu que 17% das mães de primeira viagem tiveram algum grau de incontinência fecal no primeiro ano, mas o número verdadeiro é provavelmente muito maior, pois algumas mulheres geralmente mantêm isso em segredo. “Muitas têm vergonha até de conversar com o médico sobre isso, então é difícil para nós sabermos”, diz Heather Hipp, endocrinologista reprodutivo. A situação costuma melhorar dentro de três meses, aproximadamente o tempo que os seus tecidos pélvicos levam para se recuperar. Praticar pompoarismo, exercício para fortalecer os músculos da pélvis, pode te auxiliar a fortalecer e recuperar o controle de forma mais rápida. Fazer refeições menores e evitar gorduras e comidas picantes também pode ajudar. Mas se o problema persistir, seu médico pode recomendar uma terapia física ou, em casos extremos, encaminhar você a um uroginecologista, que pode fazer exames especí­ficos e até realizar cirurgia reparadora do esfíncter, estrutura muscular que contorna o ânus.

“Parece que tem algo caindo de mim enquanto faço cocô! O que pode ser?”

Não se preocupe se parecer que algo está “caindo” de você quando você vai ao banheiro. Essa sensação é um sintoma de prolapso do órgão pélvico, uma condição que pode surgir a qualquer momento, mesmo anos depois de você ter tido um bebê. A tensão do parto estica os músculos do assoalho pélvico e, se eles se tornarem muito relaxados, não podem mais sustentar adequadamente a bexiga, o útero ou reto. Isso faz com que a vagina ou a parede vaginal inche, o que causa essa impressão, especialmente quando você faz força ou ­ ca de pé por um longo tempo. E, acredite: essa condição não é nada rara. Um estudo da Escola Johns Hopkins de Medicina, nos Estados Unidos, descobriu que 40% das mães têm sintomas de prolapso em algum momento dentro do período de 10 anos após o parto (sim, tudo isso!). Infelizmente, essa reação do pós-parto raramente melhora por conta própria, por isso não deixe de conversar com seu médico, porque o assoalho pélvico só enfraquecerá ainda mais ao longo do tempo. Você pode tentar fortalecer esses músculos com pompoarismo e ­ fisioterapia. Para casos mais sérios, cirurgias podem corrigir a condição

“Por que arde quando eu faço xixi?”

Os seus níveis de estrogênio e progesterona aumentam após o parto e também quando você amamenta – o que pode causar ressecamento e aquela sensação de queimação na hora de fazer xixi, bem como coceira e irritação. E, segundo Iffath Hoskins, professor de obstetrícia e ginecologia na NYU Langone Health, o pós-parto também te deixa mais suscetível à vaginite e levedura ou infecções bacterianas. Os sintomas começam a melhorar gradualmente por conta própria, dentro de algumas semanas. Mas são necessários seis meses para que a vagina recupere totalmente a lubri­ficação natural. Enquanto isso, um hidratante vaginal pode fazer você se sentir melhor. Assim que as relações sexuais puderem voltar à rotina, cerca de seis semanas depois do parto, um lubri­ficante à base de água pode facilitar também. Para prevenir infecções, a dica é tomar suplemento probiótico diário, que deve ajudar a manter a saúde e o equilíbrio das bactérias da vagina.

“Parece que meus olhos estão secos e tudo está embaçado”

Pode ser que você sinta sua visão embaçada por conta dos altos níveis de estrogênio e progesterona que estão no seu corpo. Mas não se assuste com isso, logo sua vista volta ao normal. Uma em quatro novas mães enfrentam problemas relacionados à visão, como os olhos secos, que provavelmente são também a causa da sensação de embaçamento. “A gravidez em si, bem como a amamentação, podem deixar os olhos mais secos”, diz Marguerite McDonald, oftalmologista e especialista em córnea. Você também pode ficar sensível à luz e seus olhos podem ­ficar vermelhos, com sensação incômoda de coceira. Além disso, a visão turva pode ser o resultado de pressão alta ou muito açúcar no sangue durante a gravidez, então, vale ­ ficar esperta. Em ambos os casos, o problema geralmente se corrige em poucos meses, por isso não há necessidade de se apressar. Porém, a dica é tratar a secura dos olhos para não se sentir mais exausta do que o normal. Use colírios e abuse dos óculos de sol quando for sair. Se a falta de nitidez for grave ou persistente, especialmente depois de parar de amamentar, visite o seu oftalmologista e o seu obstetra para acompanhar melhor a situação.

“Por que minhas espinhas parecem piores agora do que na adolescência?”

Sim, é normal ter espinhas como quando tinha 15 anos (ou pior!). E isso porque todos os hormônios do pós-parto podem causar problemas de pele parecidos com os da puberdade. Cerca de 30% das novas mães têm acne cística, aquela que é grande, vermelha e dolorosa; e espinhas, que são menores que cistos, mas também são infecciosos. Mas, por pior que elas possam parecer, lembre-se: nunca as estoure. “Principalmente se for nas bochechas, na zona T do rosto e no queixo”, explica Doris J. Day, professora de dermatologia na NYU Langone Health. Embora a acne pós- -parto desapareça entre seis e oito semanas, ela pode deixar cicatrizes, por isso não a ignore. Existem tratamentos possíveis até mesmo para quem amamenta. “A dica é tirar as dúvidas sobre antibióticos orais, tratamentos combinados tópicos, ou prescrição de retinoides com o dermatologista”, explica Doris.

“Hemorroida está me deixando louca!”

Depois que o bebê nascer você, infelizmente, não dará adeus às dores e poderá sofrer com hemorroidas nessa fase. Mesmo que você tenha escapado dela durante a gestação, saiba que a condição ainda pode aparecer mesmo depois do parto. Cerca de 20% das mulheres passam por isso após o primeiro ­filho. A doença causa desconforto e sangramento por conta das veias inchadas e inflamadas no ânus ou reto, e acontece por conta da tensão sofrida pela mulher na hora do parto. Os sintomas incluem inchaço, desconforto, comichão ou, nos casos mais graves, dor aguda ou sangramento ao fazer cocô. Mas calma, dá para curar e diminuir as inflamações. Tratamentos e almofadas podem acalmar as dores, mas aumentar a quantidade de ­fibras, beber muita água e tomar probióticos são boas alternativas. Se os sintomas persistirem por mais de duas semanas, consulte o seu médico.

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