Publicado em 25/09/2022, às 05h23 por Dra. Ivanice Cardoso
Quando a gente se apaixona por alguém, tudo é novidade. E essa novidade mexe com a mente, com os nossos sentidos, muda completamente a nossa escala de prioridades na vida. Essa é a fase do namoro, do se conhecer, do se dedicar, do desejo de nutrir esse relacionamento com o nosso melhor. Nessa fase o dia não é contado em horas, mas em quantidade de suspiros.
Aí o tempo passa, o relacionamento fica mais “comum” e a gente se acostuma com a distância, sem questionar se o espaço que se abre ou os desencontros de agendas são bons ou não. A gente se acostuma ao pouco. Assim tem acontecido nos nossos relacionamentos com os nossos filhos. E claro, eu não estou aqui pra julgar ninguém, mas só pra dividir um pensamento.
Como mãe, têm dias que é impossível parar para um tempo de namoro com as minhas filhas. Ouvir com calma as suas ideias, os seus sonhos, os conflitos da idade, as alegrias e tristezas, ou só ficar deitadinha olhando no olho e curtindo cada detalhe delas. Tenho me pegado cada vez mais conectada com as telas, seja para trabalhar, estudar ou pra me entreter. E isso me incomoda.
Não porque eu seja especialista em segurança do comportamento digital e saiba o quão danoso é o uso excessivo delas, mas porque eu queria mais olho no olho do que olho na tela. A tela em si não é o problema. O problema está no nível de prioridades em que ela se encaixa hoje. Ela acaba sendo solução pra tudo menos para o essencial. Se o bebê chora, lá vai a tela na mão dele. Se a criança está agitada, mais um pouco de tela. Se o tédio bateu, procuro alguma coisa nas telas.
Eu sei que, ingenuidades à parte, a vida está muito conectada às tecnologias e que isso não vai mudar. Mas eu posso mudar a escala de prioridades sobre onde invisto mais meu olhar, a minha alma. Quem ou o que roubará meus suspiros apaixonados. Talvez eu comece fazendo pequenos cortes em ações no dia a dia que tomem o meu tempo e eu nem perceba.
Olhar menos para as redes sociais ou mensagens no celular, dedicar um pouco mais do meu tempo à vida ao ar livre. Recriar em mim e nas meninas atitudes simples como correr atrás de borboletas ao invés de correr para conferir a cada minuto os meus e-mails. Certamente meus dias performarão melhor, os arrepios de emoção na pele voltarão, aqueles sorrisos de lembranças boas tomando a minha mente serão mais frequentes. As telas, ah, as telas, elas continuarão na minha vida, mas eu vou privilegiar o olho no olho antes de qualquer coisa.
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