Publicado em 27/05/2013, às 21h00 por Ivelise Giarolla
Ter um filho é exigir paciência diária, já diziam nossas avós e mães. Eu, confesso, sou extremamente impaciente e por pouco a bomba estoura em casa e eu fico uma fera. Sim, sou ré confessa e se quiserem me crucificar não me importo. Estou tentando me policiar e já melhorei muito. Sabe o contar até dez? Funciona muito. Sabe o chorar de desespero no cansaço crônico? Até que funciona também. Tudo para não explodir com pessoa errada, na hora errada. Tem hora que penso na Super Nanny. O que ela faria? Conversar, dialogar, cantinho do castigo? Socorrooooo. Ter um filho é assim, tenho uma boneca de dois anos e meio em plena fase da birra, do choro a toa e da falta de negociação eterna.
Mas, tenho uma segunda filha, com quatro meses, com síndrome de Down. Não, ela está longe de me fazer explodir por causa de birras ou choros. Lorena é extremamente calma, nem se percebe em casa. Porém ela é desafiadora da minha paciência diária, muito mais que a primeira na fase do chororô.
Ter um filho com alguma deficiência nos desafia dia a dia. Tentamos viver somente o hoje, mas a impaciência nos leva mais além. A minha pequena está na fase do sorrisinho leve, pegar certos objetos, descobrir os pés. E eu penso na faculdade que ela irá fazer, se é que irá fazer, não sei. Os limites de Lorena ela quem me dirá. Mãe que sou estou sonhando longe? Por que eu não posso me permitir sonhar tantas possibilidades para ela?
Tem dia que fico triste em não poder perder a paciência somente pelo choro da Lorena. Infelizmente tenho que suportar uma ansiedade muito mais além. Perguntas invadem minha mente a todo o momento. Os “serás” são perguntas terríveis… Será que vai andar no momento certo? Será que vai ter muito problema na fala? Será que vai conseguir alfabetizar?
Sou mãe e quero o melhor para minhas filhas. Sei que estou buscando esse objetivo. Leio, aprendo, discuto, ouço tudo sobre síndrome de Down. Seria isto o suficiente?
Sei que tenho que trabalhar essa ansiedade. Terapia? Que horas? Nem da meia noite às seis da manhã tenho livre para mim neste momento da vida.
Assim, vou caminhando e cantando como diz a canção do Geraldo Vandré. Tento ao máximo viver somente o dia de hoje, mas não consigo tal plenitude. Sou mãe e ponto. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer…”
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