Colunas / Nanna Neném

Até quando passaremos por isso?

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Publicado em 23/02/2018, às 11h31 por Nanna Pretto


“Como você faz para conciliar os filhos e o trabalho?”

“Você estará concentrada no seu trabalho, enquanto alguém cuida dos seus filhos?”

“Seus filhos ficam muito doentes? Porque aqui tem muito trabalho…”

“Na sua família, quem leva ao pediatra ou sai do trabalho em caso de urgência?’

“E se a escola ligar para pegar o seu filho por conta de algum problema, você sairia no meio do expediente?”

Se você é mãe e está à procura de um emprego já deve ter passado pela humilhante situação de uma entrevista de trabalho. Estou generalizando, eu sei, mas chega a ser ridículo você ter a sua vida profissional avaliada pelo simples fato de ser mãe.

Fiquei um ano e meio fazendo entrevistas para me recolocar no mercado de trabalho. Encontrei uma empresa que respeita e acolhe a maternidade (e a paternidade) e, no meu caso, a vaga era para uma mulher mãe. Dei sorte, eu sei. Mas antes disso, eu tive o meu potencial reduzido a nada em algumas entrevistas de emprego. A maternidade colorida e tão idealizada é, na verdade, um grande obstáculo para a vida profissional da mulher brasileira. Que triste isso.

Hoje, ao ler um post de uma amiga que falava sobre esse tema, imaginei por quanto tempo ainda lutaremos pela igualdade de gênero e respeito no mundo corporativo. Temos que nos provar o tempo todo (ok, isso não é novidade) por sermos mulheres. Se temos um filho pra criar… Ah, menina, reza para tirar a sorte grande de achar uma empresa que apoie a maternidade.

Fico pensando que uma mulher como eu –que tem duas bocas para alimentar e alguns boletos escolares para pagar–, vai dar um duro danado para não faltar dinheiro em casa. Vai, também, ter uma responsabilidade com a família -e com ela mesma- para que nada saia do controle. Penso como nós mulheres nos tornamos mais responsáveis, mais determinadas e mais seguras de si quando nos tornamos mãe. Na boa, a empresa que não enxerga isso está perdendo uma baita profissional.

Aliás, quantas excelentes profissionais adiaram a maternidade com medo de não se recolocarem no mercado de trabalho? O quanto a pressão corporativa interfere na decisão de uma mulher se tornar mãe –sendo que essa escolha deveria ser tomada unicamente por ela?

Eu sei que tudo que estou falando não é novidade e existem situações de preconceito muito mais sérias do que a do mercado de trabalho. Mas precisamos falar sobre isso, sempre. Precisamos exigir respeito em toda e qualquer situação, e um filho nunca pode pôr em xeque a capacidade de uma mulher.

Maternidade não é doença, maternidade não é problema, maternidade não é defeito. Aliás, é maternando que teremos a chance de formarmos uma nova geração, menos preconceituosa, mais inclusiva e capaz de mudar esse pensamento preconceituoso enraizado em nosso país.

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