Publicado em 18/05/2018, às 15h06 por Tatiana Schunck
Joaquim, no dia 10 de maio, leu e escreveu. Tudo começou com um tal de Peixe Orelha, livro de Edson Natale. Peixe que escuta e que por escutar pode salvar a realidade marinha. Peixe que é divertido e que em grande parte de escuta orelhuda, toca o filho que lê interessado em escutar o que o peixe escuta.
Tudo começou antes. Um tempo antes que nem sabemos como ele acontece, um tipo de acontecimento que vem vindo, vem acontecendo, está debaixo dos pés procurando forma de encontrar corpo. Desde que nasceu é assim. Um tempo de ser criança que descobre enquanto experimenta e reclama e gosta. Tempo antes. Antes ainda de importar de fato o que se sabe, tempo de importar enquanto é. Joaquim está tão no estar. A lida do peixe orelha foi uma busca de palavras que formam sílabas, uma busca de sentidos pelos sons que as letras emanam, não importa se é certo ou errado, mas sim o que percebe do que vê.
Dia 10 de maio, uma 5ª feira. Livro Peixe Orelha aberto. Folhas de sulfites ao lado. Durex colorido, canetinha, tesoura. Tudo no chão da sala. Escancarado. Uma organização espacial pronta a ajudar o empenho. Uma espera pelo acontecimento. Ninguém o sabia acontecer. E Joaquim, na lida da primeira página: b – a, b – a, ba, ba, ba. É bá, mãe! P – e, p – e, pe. É pe. V-o, v-o, v-o, vo, é vó, é vô. Teria de gravar aqui as palavras e sons que o menino fazia, impossível escrever o que é a tentativa sonora de dizer a própria voz.
Um jogo de tabuleiro é construído enquanto se lê o livro. Jogo das bolhas do peixe, jogo das bolhas venenosas do peixe. B-o, bo. Lha, como é lha, mãe? L-h-a, lha, n-h-a, nha. Lha, nha, lha, lha, lha. N-h-a e l-h-a se parecem. Um tabuleiro simples, feito à mão, todo pintado e cheio de narrativas da experiência, um dado a jogar e estratégias de acontecimentos para alguns dos muitos números percorridos no jogo.
43: avencé duas casa. 21: vote para inicio. 23: voce caiiunuma bolhavenenosa10casa.
De perto eu sentia a vibração das letras virando sílabas e da boca experimentando sílabas em palavra. Depois, a vitória da palavra na boca. A pronúncia no ar enquanto escreve palavra imaginada. Um corpo que acompanha inteiro esse gesto. Tão menino e tão de repente, palavra. Desenho, gesto e palavra.
À noite, peixe orelha ao lado da cama. Joaquim quase dormindo e uma boca aberta junto aos ouvidos e dedos degustando aquilo que só ele está a dizer daqui para frente e daqui para sempre.
Livro: A incrível história do Peixe Orelha, Edson Natale. Ilustrações: Barmak. Zé do Livro.
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