Publicado em 23/11/2023, às 11h04 por Cecilia Troiano
Foi uma sexta-feira agora em Novembro, na emenda do feriado de Finados. Meu marido e eu estávamos em nossa casa em Aldeia da Serra, no município de Barueri, São Paulo. Nesta mesma casa, vivemos com nossos filhos por 20 anos e hoje a usamos como nosso ponto de fuga aos finais de semana. É um local de muitas memórias de família, de quando nossos filhos eram pequenos, de tantas coisas boas que vivemos juntos por lá. A casa ficou grande para nós dois, mesmo assim, ela está recheada de lembranças de nós quatro, quando ainda nem sonhávamos em estar com o ninho vazio.
Mas a vida é isso, criamos os filhos para o mundo e Beatriz e Gabriel, e nossos dois filhos, levaram isso ao pé da letra. Ambos com 18 anos foram buscar seus caminhos sozinhos, primeiro estudando, hoje trabalhando fora. Nós pais, combinamos orgulho e saudades, nem sempre equilibrados, porque há dias que as saudades são grandes. Mas é isso, o ninho vazio tem também seus lados bacanas, uma despreocupação e um sentido de liberdade ímpares.
Pois bem, estávamos em nossa casa, nesta sexta-feira que tivemos uma chuva fortíssima em algumas cidades, entre elas onde estávamos, em Aldeia da Serra. Ventos de mais de 100 km/h, muitas árvores caídas e falta de luz, além de muitos prejuízos para muitas famílias. Nossa casa não ficou imune, olhando pela janela víamos a fúria do vento e não demorou muito para ficarmos sem luz. Ficamos no escuro e as velas foram nossas companhias pela noite. Fomos dormir, sabendo que não havia muito o que fazer.
No dia seguinte veio a surpresa. Na porta do nosso ninho vazio encontramos um outro ninho vazio, não um ninho metafórico, era um ninho de passarinhos mesmo.
Estava ele bem na entrada de nossa casa, caído, vazio, sem rastro de ovos ou filhotes. A chuva e o vento certamente os desalojaram. Torço para que ele já estivesse vazio antes de cair. Ao vê-lo, meu marido e eu não acreditávamos na coincidência, no encontro dos "iguais". O nosso ninho vazio encontrava o "outro" ninho vazio. A identidade entre nós foi imediata. Onde estariam os filhotes? Estariam bem? Conseguiram se virar no meio da tempestade? As perguntas vêm à minha cabeça e me confundem. Estou falando de qual ninho vazio? Do nosso ou do de pássaros? São meus filhos ou os passarinhos que me preocupam?
Certamente isso não é coincidência, não acredito nelas, há sempre algo a mais por trás. E vocês não vão acreditar, tem mais! Como devem saber, pássaros constroem ninhos pegando tudo que encontram na natureza, nas ruas, dos restos que podem servir de trama para a cama. Neste ninho vazio que encontramos, no emaranhado de ramos que teciam o ninho, havia uma etiqueta da LATAM. Isso mesmo, uma etiqueta de bagagem com o nome de alguma família, não era a nossa. Se nós já estávamos absolutamente nos confundindo com aquele ninho vazio, sem saber onde começava nossa história e terminava a deles, a etiqueta da LATAM foi a gota d'água. Vocês devem imaginar que meu marido e eu, por nossos filhos viverem fora, vivemos entre lá e cá, cruzando os céus de um continente ao outro. E não é que nossos "vizinhos" do ninho vazio também escolheram a LATAM para enfeitar o ninho deles? Seria saudades dos filhotinhos que se foram ou projeção da minha cabeça?
Para mim, pouco importam as respostas. Se é a minha história que estava ali contada naquele ninho à porta da minha casa ou a dos meus queridos vizinhos, colegas de ninho vazio. A única certeza é que me senti absolutamente conectada com a natureza, com a vivência da maternidade, com a emoção de ter filhos, cuidar, "chocar", alimentar, ensinar a serem independentes e dar liberdade para que eles voem para longe de nós. Se fizermos nossa lição de casa direitinho, esse é o destino que desejamos. O ninho vazio é um prêmio e devemos celebrá-lo. Ele é a certeza que ensinamos nossos filhos a voar sozinhos. Bons voos, passarinhos-filhotes. Bons voos, Beatriz e Gabriel.
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