Publicado em 19/10/2017, às 06h40 - Atualizado às 07h17 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou em evento ontem (18) que a polêmica farinata estará na merenda escolar da cidade até o final do mês. Justificou dizendo que “pobre tem fome, não hábito alimentar”. Fez as duas afirmações e deixou várias interrogações no evento do anúncio.
A farinata é uma farinha feita a partir de alimentos próximos do vencimento do prazo de validade ou fora do padrão para venda.
Ao lado do arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, Doria anunciou a ação mas não respondeu nada sobre o processo. Por exemplo: Como será a produção da farinha? Quem fará a distribuição? O processamento? Qual é a composição da farinata? Qual é o valor nutricional? Quais os benefícios e eventuais riscos?
Perguntas básicas, já que são distribuídas aproximadamente dois milhões de merendas escolares por dia na cidade para um milhão de alunos.
A merenda escolar é, assim, assunto bastante delicado e tratado em processo rigoroso pelo Codae (Coordenadoria de Alimentação Escolar), órgão ligado à Secretaria de Educação. O órgão não foi consultado por Doria sobre a farinata antes do anuncio do prefeito.
O Codae planeja os cardápios segundo necessidades nutricionais da população atendida. Qualquer introdução de novo alimento passa por teste conduzido por nutricionistas e de aceitabilidade dos alunos.
A ex-diretora do departamento de merenda de São Paulo Erika Fischer condenou a atitude, em entrevista à Folha de S.Paulo. “Quais são os componentes (da farinha)? Precisa de testes, ter estabilidade da produção e fornecimento. Afirmo categoricamente: as crianças de São Paulo não precisam disso em nenhuma situação.”
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) se manifestou por meio de sua nutricionista, Mariana Garcia, afirmando que “o direito das pessoas a uma boa alimentação está sendo desrespeitado pelo programa do Dória”.
Foi noticiado que a produção da farinata ficaria a cargo de empresa chamada Sinergia. A proprietária da empresa afirmou ao jornal Metro que a tecnologia desenvolvida pela Sinergia “permite processar os alimentos até em mini-usinas nos fundos de um supermercado”.
O modelo de produção e distribuição ainda não foi definido, e os alimentos para processamento seriam doados por produtores, supermercados e até por pessoas físicas.
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