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Entenda o que é alergia alimentar, suas consequências e tratamentos

Imagem Entenda o que é alergia alimentar, suas consequências e tratamentos

Publicado em 22/01/2015, às 16h01 - Atualizado em 12/02/2022, às 12h39 por Redação Pais&Filhos


A gente que é mãe sabe: não tem coisa pior no mundo do que ter que correr com o filho pro hospital sem saber o que está acontecendo com a saúde dele. A coisa fica ainda pior quando a suspeita é algum alimento que ele ingeriu. Hoje, milhares de mães têm que mudar suas rotinas, adaptar todas as refeições e até mudar suas próprias dietas para dar melhor qualidade de vida aos seus filhos com alergia alimentar. Uma simples ida ao supermercado pode ser uma batalha para encontrar os ingredientes que não sejam alergênicos – alimentos que induzem à reação alérgica. Não há uma padronização de rotulagem no Brasil, dificultando a leitura dos rótulos e confundindo essas mães que ficam à espera de uma providência de regulamentação das autoridades.

Muitas pessoas confundem três reações do corpo aos alimentos. A alergia, a intolerância e a intoxicação podem apresentar os mesmos sintomas, com causas diferentes. Apenas um especialista sabe qual é o problema através de exames. Entenda a diferença:

Alergia alimentar: o sistema imunológico se volta contra alguma substância presente no alimento, causando uma resposta que pode variar a intensidade. As alergias podem apresentar sintomas leves – como vermelhidão na pele – ou outros mais graves, como o edema de glote, que pode ser fatal.

Intolerância alimentar: o organismo é incapaz de metabolizar o alimento, seja pela falta ou pela deficiência de enzimas que digerem a comida. A intolerância pode ser congênita ou adquirida.

Intoxicação alimentar: quando ingerimos alimentos contaminados por microrganismos ou produtos químicos tóxicos, temos uma intoxicação.

A alergia

Ela é uma reação exagerada do sistema imunológico, as famosas “células de defesa”, em relação à alguma proteína de um alimento. Mais comum de se desenvolver na infância, as alergias acometem de 6% a 8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2% a 3% dos adultos, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alguns sinais já costumam surgir no início da vida e os principais sintomas vão desde inchaço, diarreia, tosse, falta de ar, até os mais graves, como o choque anafilático, que pode ser fatal se não for tratado com urgência.

Os principais “inimigos” que o corpo reconhece são o leite, a soja, o trigo, ovos, peixe, frutos do mar, amendoins e nozes, sendo a alergia à proteína do leite a campeã. Nos casos mais sérios, o leite pode ser tão ameaçador que até seu cheiro pode desencadear uma reação alérgica grave. Foi o caso de Giovani, 4 anos, filho de Rubiane Marques. “Quando ele tinha 2 anos, nós estávamos passeando pelo shopping e passamos em frente a uma pizzaria na praça de alimentação. Vi que o rosto dele começou a inchar e tive certeza de que tinha sido do cheiro do queijo. Na hora eu dei um corticoide e melhorou, mas em seguida ele vomitou e desmaiou”, conta Rubiane.

Quando surge uma suspeita, a primeira coisa a fazer é excluir o alimento em dúvida e observar se há melhora. “A retirada tem que ser de um alimento de cada vez, pois se retirarmos vários ao mesmo tempo e o paciente melhorar não saberemos qual estaria causando a alergia”, explica a nutricionista especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Nutrição pela Universidade de Surrey, na Inglaterra, Sonja Salles, mãe de Derek. Além da exclusão do alimento, os pais devem procurar um médico especialista, pois o diagnóstico depende também de um histórico clínico detalhado associado a dados de exames físicos, que podem ser complementados por testes alérgicos. “Uma história bem completa, provas sanguíneas, testes cutâneos e provas de exclusão e provocação garante um diagnóstico completo”, explica o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Fábio Morato Castro, pai de Pedro, Paula e Isabela.

Por rótulos mais claros!

Muitas mães que já têm o diagnóstico do filho confirmado têm dificuldades de encontrar alimentos, principalmente industrializados, que tenham rótulos com informações claras sobre os ingredientes. “Quando eu compro um industrializado, me sinto em uma roleta-russa. É a vida do meu filho que está em jogo”, conta Daniara Pessoa, mãe de Ytrio e Cecília. Muitas vezes o produto pode conter traços de um alergênico ou contaminação cruzada – que é quando um alimento que é propenso a induzir uma reação alérgica é processado no mesmo maquinário que um ingrediente comum.  Ou seja, quando há resquícios de leite num maquinário de macarrão. É aí que mora o perigo. Foi pensando nessa preocupação com a qualidade de vida de seus filhos que vários grupos de famílias se mobilizaram por informações claras nos rótulos e criaram a campanha Põe no Rótulo.

Criada em fevereiro deste ano, a campanha tomou uma proporção muito grande nas redes sociais, alcançando quase 80 mil curtidas no Facebook e contou com o apoio de vários famosos para chamar atenção para a causa. A mobilização ganhou voz quando, em junho, a campanha foi tema de consulta pública no site oficial da Anvisa. Foram mais de 3.500 comentários a favor da informação completa nos rótulos. “É preciso chamar a atenção dos órgãos responsáveis para essa causa. A ASBAI, há tempos, conversa com a Anvisa sobre o problema, que agora foi para consulta pública”, explica o dr. Fábio. “Tem que ter o componente escrito de uma forma que as pessoas entendam, clara, de maneira objetiva e que seja de fácil compreensão para todos”, acrescenta. Sem a confiança total nos rótulos dos alimentos, as famílias buscam por mais informações nos SACs das empresas.

A alimentação

O tratamento da alergia alimentar se baseia apenas na exclusão dos alimentos que provocam as reações alérgicas e, em alguns casos, há o tratamento em forma de indução de tolerância oral. Como muitas receitas que costumamos fazer no dia a dia levam leite ou trigo em sua composição, as mães têm que adaptar todas as refeições, desde os lanches diários da escolinha até os salgadinhos para os filhos levarem para as festas. “No lugar do ovo colocamos o gel de linhaça ou de chia, que é gerado após a mistura de semente de linhaça ou chia com água por quatro horas. Esse gel pode ser usado em bolos, substituindo a clara alergênica. O leite pode ser trocado por leite de arroz ou de aveia. Já o trigo pode ser trocado por farinhas sem glúten. Os demais alergênicos devem ser evitados”, explica a nutricionista Sonja. Para os bebês, fórmulas especiais são as mais recomendadas. “A mãe tem que fazer dieta se estiver amamentando. O bebê que já pega a mamadeira vai mamar as fórmulas hidrolisadas (em que as proteínas do leite são quebradas em pedacinhos pequenos pela força da água) ou fórmulas à base de aminoácidos”, explica o dr. José Luiz, alergista e pai de Laura e Francisco.

Quando a criança é pequena fica mais fácil para as mães controlarem a alimentação, pois a criança não conhece nenhuma comida além da que come. Mas quando ficam maiores as vontades vão aumentando. “O Giovane só come o que eu mando. Agora que está crescendo ele fica mais curioso, mas não chega a pedir. Quando tem festinha de coleguinha eu ligo para a mãe e pergunto o que vai ter para poder adaptar o cardápio pra ele”, conta Rubiane. &

Atento!

se após a ingestão de algum alimento (mesmo dias depois) seu filho apresentar reações na pele

• urticária

• inchaço

• coceira

• eczema

no sistema digestivo

• diarreia

• dor abdominal

• vômitos

no aparelho respiratório

• tosse

• rouquidão

• chiado no peito


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