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Gosto de beber, mas tenho medo de influenciar meu filho

Imagem Gosto de beber, mas tenho medo de influenciar meu filho

Publicado em 28/08/2013, às 17h05 - Atualizado em 17/06/2015, às 08h08 por Redação Pais&Filhos


Se você toma uma cerveja ou outra de vez em quando em família, não precisa se sentir culpado. Conversar sobre o assunto, sempre que a criança manifestar curiosidade, ajudará seu filho a entender que isso é um hábito que pertence ao mundo dos adultos. O importante é não abusar e, claro, ficar atento se o seu comportamento não muda ao ingerir álcool. As crianças costumam notar facilmente. Estudo do SAMHSA (Substance Abuse and Mental Health Services Administration/ Administração de Serviços de Saúde,  Abuso de Substâncias e Saúde Mental), dos EUA, apontam que os pais influenciaram, sim, na decisão dos filhos de experimentar bebidas e 80% declarou que os pais deveriam ter conversado sobre o assunto com eles.

Camila Rodrigues, mãe de Catarina, sempre teve o hábito de beber. Quando engravidou de Catarina, não colocou uma gota de álcool na boca e, depois do nascimento da filha, resolveu mudar algumas coisas. Ser mãe não significa ser perfeita! Claro, você pode errar, sim. Mas deixe claro para que a criança não confunda as coisas. “Não há como evitar que desperte o interesse. Se não for em casa, será fora de casa. Deve-se conversar abertamente, explicar as razões porque os pais estão bebendo e explicar o impacto negativo em um organismo que ainda não está totalmente desenvolvido, sem contar a idade inapropriada”, diz Camila.  Pesquisar sobre o assunto pode te ajudar nessas conversas.

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Leia a reportagem “Não quero ser exemplo”, publicada na edição de agosto da Pais & Filhos

Leia a reportagem “Mãe influencia mais do que pai ao alcoolismo”, e entenda um pouco mais sobre esse assunto

Segundo estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 82% da população infanto-juvenil já consumiu bebida alcoólica – e 11% destes começaram a beber antes dos 12 anos. Segundo Ana Cristina Fraia, mãe de Eduardo, psicóloga e especialista em dependência química e saúde mental, “a bebida alcoólica vai despertar a curiosidade nos filhos por ser algo diferente”. Para não reforçar esse interesse, é necessário que, desde o início, falem abertamente a respeito de bebidas alcoólicas e expliquem que só os adultos podem consumir, apenas em pouca quantidade. “É necessário, desde pequeno, estabelecer a regra de que é bebida de adulto, não de criança. Os pais funcionam como modelos para os filhos. Tudo é passível de imitação e o que fazem desperta interesse”, orienta.

Estabelecendo regras  

O importante é que não se torne algo aceitável e uma prática constante. Coisas como “colocar o dedo” na cerveja de algum parente ou tomar “um gole ou outro”, não pode acontecer. “Quando isso se torna ‘algo bonitinho, algo aceitável, algo normal’, aí sim é prejudicial. Porque a regra de “é só para adultos”, é esquecida e burlada pelos próprios pais. A criança precisa saber o que pode fazer e o que não pode. Desde sair, ir para a escola, assistir algo na TV, andar na cadeirinha no carro, dormir mais cedo que os adultos, e não tomar bebida alcoólica. É a mesma coisa. Se você estabeleceu essas regras desde pequeno, ele irá entender”.

E se não entender? Os pais devem impor limites e deixar claro que as decisões na vida do filho são tomadas por eles, porque a criança ainda não está na fase de tomar decisões por si mesma. Se você não estabelecer um limite, pode ser que o seu filho não entenda o que não pode fazer ou fique inseguro. Mas, é claro, você também deve fazer a sua parte.  “Os pais não precisam abrir mão de beber socialmente, mas que isso seja feito de forma adequada. Se o adulto bebe de forma excessiva na frente dos filhos, não espere que ele não faça o mesmo”, diz a psicóloga. Já que esses são os os principais responsáveis por despertar o interesse dos filhos, uma boa conversa contribui para o amadurecimento da criança para que, futuramente, possa tomar decisões baseadas nas orientações e conselhos do ambiente familiar.

Consequências

O álcool é uma droga lícita, socialmente aceitável e influenciada pela mídia, como nos comerciais de bebidas em geral. Mas, ela é prejudicial, principalmente a longo prazo. Na infância e na adolescência, afeta negativamente o desenvolvimento do cérebro. Além disso, se a criança já tiver uma pré-disposição genética para desenvolver uma dependência (casos na família são um indicativo), pode assimilar um ritual desde a infância e, já na adolescência, a dependência pode ser instalada”, explica Ana Cristina Fraia.

Caso os pais tenham o costume de beber excessivamente e com a consciência de que seja a causa de sofrimento ou brigas na família, fique atento: “Quando a bebida se torna algo essencial e a pessoa só passa a ‘funcionar, se beber’ e o comportamento se torna agressivo, irritadiço e irresponsável, é hora de buscar ajuda”, aconselha a psicóloga.

Consultoria

Ana Cristina Fraia é mãe de Eduardo e psicóloga e coordenadora terapêutica da Clínica Maia Prime. É especialista em dependência química e saúde mental.

www.clinicamaia.com.br


Palavras-chave
Culpa Não

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