Publicado em 17/02/2022, às 07h52 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro
O corpo de uma adolescente de 17 anos foi encontrado abraçado com a madrinha e a prima de 1 ano em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Maria Eduarda era filha de Gizelia de Oliveira Carminete, que viralizou ao admitir que estava procurando pela jovem usando uma enxada.
Ao portal O Globo, Gizelia confirmou que Maria Eduarda saiu de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para visitar a família em Petrópolis. A jovem, aliás, era também madrinha de Helena, de 1 ano. “Ela veio para ver a afilhada e acabou morrendo desse jeito”, relembra a mãe.
“Fiz de tudo, tudo mesmo. As casas estão todas destruídas. Isso aqui acabou. Elas morreram porque não conseguiram respirar”, lamenta ainda Gizelia, que segue na busca por outras pessoas desaparecidas após os deslizamentos de terra provocado por fortes temporais em Petrópolis, no Rio de Janeiro, na última terça-feira, 15 de fevereiro.
As chuvas em Petrópolisdeixaram muitas vítimas desaparecidas, e até agora 67 mortes foram confirmadas, e em meio aos desaparecimentos, Maria Eduarda, uma jovem de 17 anos não foi encontrada ainda. A mãe, Gisele que mora no Morro da Oficina no bairro Alto da Serra usou uma enxada para procurar a filha.
“Minha filha está soterrada. A filhinha dele de 1 aninho está soterrada. A mãe da minha afilhada também. Cadê os bombeiros? Eles iam esperar o dia clarear [para retomar o trabalho]. Estou toda machucada, fui lá em cima. Só os moradores estão aqui. Sumiu tudo! É revoltante, é nossa família que está aí”, lamentou, em entrevista à Band TV.
O número de mortos na cidade já passa dos 35. Foram contabilizadas 207 ocorrências, das quais 171 foram por deslizamentos. Ao longo da madrugada, os agentes da Defesa Civil atuaram em chamados e realizaram rondas pela cidade. Vários pontos do Centro ficaram com vias obstruídas.
Moradores do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, área mais atingida pela chuva que causou estragos em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, usam enxadas, baldes e outros objetos pessoais, na manhã desta quarta-feira (16), para buscar parentes e amigos que ficaram soterrados após os deslizamentos de terra.
“A cidade se encontra devastada, um passivo do ponto de vista estrutural gigantesco. Uma situação muito difícil. Petrópolis já tinha sido vítima de muita chuva no mês de janeiro e agora veio essa chuva maior”, disse o prefeito Rubens Bomtempo (PSB) em entrevista exclusiva à Band.
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