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Fantástica Fábrica de brinquedos

Imagem Fantástica Fábrica de brinquedos

Publicado em 03/05/2012, às 07h00 - Atualizado em 16/06/2015, às 13h13 por Redação Pais&Filhos


East Aurora é uma cidadezinha de interior, daquelas de ruas calmas, cheias de casinhas, quase sem comércio e sem movimento. Ela fica no estado de Nova York, Estados Unidos. Provavelmente eu nunca teria passado por lá se um tal de Fisher e um tal de Price não tivessem fundado uma fábrica de brinquedos na década de 1930.

Pois é, a Fisher-Price tem mais de 80 anos e continua no lugar onde começou, mesmo depois de ter sido comprada pela Mattel, empresa das famosas Barbies e Hot Wheels, que fica em
Los Angeles, bem longe dali.

O escritório atual, algumas vezes maior do que aquele que foi fundado no século passado, é onde surgem as ideias para os novos brinquedos, onde são realizadas pesquisas com mães e crianças, onde são feitos os protótipos e os testes com os produtos. A fábrica, contrariando o título dessa matéria, não fica lá.

Os produtos que você encontra nas lojas de brinquedos passam por um looongo processo até ali. Desde a ideia inicial até chegar prontinho na loja e nas suas mãos, demora pelo menos um ano. Para descobrir todos esses passos, fui até lá ver de perto como os brinquedos são desenvolvidos. Ficou curioso?

Play Lab

Tudo começa na observação de bebês e crianças brincando – dentro da Fisher-Price tem uma série de salas cheias de brinquedos, o que eles chamam de Play Lab. Enquanto duas monitoras ficam dentro da sala com as crianças, outras pessoas, inclusive os desenvolvedores dos brinquedos, podem ficar do lado de fora observando seu comportamento. Essa análise é uma das ferramentas dos designers de produtos para ter novas ideias. Afinal, que tipo de brinquedos elas gostam mais? Quais cores e funções chamam sua atenção? Qual é a altura adequada? Como deixar os brinquedos mais intuitivos? Às vezes, os protótipos são levados para ser testados no Play Lab.

Eu pude entrar na sala e acompanhar um grupo de crianças de 3 a 4 anos brincando. A maioria dos pequenos que frequentam o espaço têm essa idade. Cada grupo é composto por três meninos e três meninas que vão lá duas vezes por semana por oito semanas. Depois começa outro grupo.

Embora esse espaço seja um laboratório de observação, é claro que as crianças adoram! Elas ficam duas horas brincando livremente, podem fazer desenhos, se fantasiar, ouvir histórias e usar qualquer um dos brinquedos do espaço.

Bebês e crianças de outras idades são chamados para objetivos específicos. No total, cerca de 4 mil crianças participam do programa por ano.

Opinião das mães

Outras ferramentas importantes para o desenvolvimento dos brinquedos são os painéis e as entrevistas com as mães. Um grupo de mães se encontra uma vez por semana para uma conversa informal e para dar opiniões sobre os produtos apresentados. Os encontros acontecem em salas com janelas de vidros espelhados, para que pessoas do lado de fora consigam assistir o que acontece dentro da sala sem interferir na reunião.

Então, com essas informações em mãos, começam a pipocar ideias  de produtos. Primeiro é feito um desenho, depois um modelo. Normalmente, esses primeiros modelos não são perfeitos, mas úteis para saber o tamanho, se está alto ou baixo demais, se está funcional e intuitivo, e a partir daí fazer melhorias. É aí que o engenheiro entra em ação. Ele leva em consideração a estética, a função, a ergonomia, o custo e a embalagem – sim, porque o brinquedo tem que caber na embalagem, e ela deve ter um tamanho adequado para ser exposta nas lojas. Às vezes, é preciso dividir o objeto em algumas peças separadas, e isso precisa ser pensado aqui, logo no início do desenvolvimento. São muitos detalhes! Lá, descobri que só para se chegar à textura ideal dos botões de um telefone de brinquedo, foram feitas pelo menos quatro versões diferentes – mais ou menos profundos, linhas mais ou menos grossas, salientes e por aí vai.

Testes em casa

Antes da fabricação final, são feitos testes com as crianças nas próprias casas delas. Fui visitar uma família de East Aurora que estava testando uma cadeirinha de balanço de bebê. Jack era o bebê em questão, de 6 meses, e estava bem calminho em seu brinquedo temporário. A mãe, Terry, participa do programa há um ano, começou com o filho mais velho, Gavin, de 2 anos e meio. Além de testar os brinquedos, a família recebe visitas de funcionários da empresa que vão observar seu comportamento. Essa observação já rendeu boas descobertas. O tom de voz que as mães usam ao conversar com seus bebês para ensinar coisas, por exemplo, ajudou a desenvolver a linha Laugh And Learn, que ensina por meio da brincadeira.

Infelizmente, por mais que a mãe e a criança amem o brinquedo testado, não podem ficar com ele. Como ainda não é o produto final e não tem aprovação, esse brinquedo precisa ser jogado fora. A boa notícia é que a cidade conta com uma loja própria da Fisher-Price, onde todos os brinquedos são vendidos com desconto.

Testes finais

O modelo pronto passa então pelos testes de qualidade. Existe uma “oficina” dentro do próprio escritório cheia de equipamentos malucos que puxam, esticam, pesam, esquentam os brinquedos – e tudo mais que você puder imaginar. Além da resistência, estabilidade, tensão etc., são feitos até testes macrobiológicos, para verificar a qualidade dos produtos mesmo no contato com insetos.

Em outra área do escritório, foi montado um cenário de uma casa, com direito a sala, cozinha e banheiro. Ali, diferentes pisos, tapetes e texturas servem para verificar a ação de um produto no ambiente bem similar ao de uma casa.

Depois de todas essas etapas, começa o processo de marketing para vender os brinquedos. E é ali no mesmo escritório também que são montados os cenários para os catálogos, embalagens e propagandas.
Depois de dois dias, eu já me sentia parte daquela produção de brinquedos, como as mães do programa. Infelizmente, o tour não é aberto para o público, é como se eu tivesse ganhado o Convite Dourado dentro de uma barra de chocolate Wonka.


Palavras-chave
Tecnologia

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