Família

“Pais devem recusar um alimento que não sabem os ingredientes”, diz pediatra sobre ‘ração humana’

Foto: Biscoito feito com Farinata, que é a base do produto que será doado à Prefeitura de São Paulo - Rosanna Perroti/Divulgação
Rosanna Perroti/Divulgação

Publicado em 16/10/2017, às 15h41 - Atualizado em 17/10/2017, às 10h05 por Redação Pais&Filhos


Como parte da Política Municipal de Erradicação da Fome, lançada nesta semana, a prefeitura de São Paulo está estudando distribuição de alimento que estão perto da data de vencimento e fora do padrão de venda em supermercados para famílias em situação de carência alimentar.

Ao contrário das notícias de que o composto estaria sendo distribuído nas creches, segundo a Prefeitura, o alimento não está sendo e nem será distribuído nas creches e nem em escolas. O programa surgiu a partir de uma lei que foi recentemente aprovada pela prefeitura para reduzir o desperdício de alimento e dar acesso regular e permanente de alimentos para pessoas em situações de carência.

O foco, segundo a Prefeitura, é ampliar o número de alimentos arrecadados que tenham qualidade de uso, mas não de vendam, ou seja, alimentos não 100% perfeitos como uma maçã com machucado ou um embalagem com rasgo. O público do programa são pessoas de extrema vulnerabilidade e dificuldade nutricionais severas.

A recomendação do Dr. Claudio Len, pediatra, médico do departamento Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein e pai de Fernando, Beatriz e Silvia, é confiar no veredicto das sociedades que representam os funcionários da área da saúde que, a princípio, são contra ao composto. Como não foi divulgada a fórmula do alimento, ele também indica que os pais não permitam que seus filhos recebam um alimento o qual eles não sabem o que tem dentro.

Entenda a ação

A doação do componente será feita pela empresa Plataforma Sinergia, a partir da ideia da prefeitura que é de evitar o desperdício de alimentos de qualidade e contribuir para a alimentação de pessoas que não têm condições financeiras.

Em entrevista para o G1, a presidente da Plataforma Sinergia, Rosanna Perroti, disse que os alimentos serão processados com um produto granulado chamado pela empresa de Farinata. Ele será distribuído em pó, mas também poderá ser combinado com outros ingredientes, de acordo com as necessidades do público específico. “Então teremos um estoque de carboidratos e um estoque de fibra. Se o público for de criança, produziremos um alimento final que seja apetitoso e nutritivo a elas”, disse.

Em entrevista para a CBN, a secretária municipal de Direitos Humanos, Eloísa Arruda, reconhece que como a lei que cria o programa acabou de ser criada, não dá pra prever quando a distribuição da farinata começaria. “O plano de atuação para que a lei seja colocada em prática está só começando. A lei foi aprovada há um mês então nós ainda não temos esse número. Então esses números precisam ser apurados, as populações identificadas para que nós façamos a complementação nutricional para determinada população”.

Apesar de não ter data para essa distribuição, já se fala em levar o produto para países como África e Síria. A farinata pode ser consumida no formato original ou servir de base para pães, bolos, sopas e shakes.

O Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo se manifestou contrário ao produto. A vice-presidente do conselho, Denise Hernandez, diz que a ideia da prefeitura vai contra as diretrizes nacionais do Ministério da Saúde e do Ministério do Desenvolvimento Social, que incentivam o consumo da chamada “comida de verdade”. “Tem sim que incentivar a distribuição de alimentos com um custo menor e promover um fácil acesso aos alimentos in natura para a população brasileira. Isso sim que tem que ser feito.”

O Conselho Regional de Nutrição também se opôs à medida afirmando que a ação fere os princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e vai contra os avanços em políticas públicas de combate à fome a desnutrição. “O Conselho Regional de Nutrição se manifesta contrário à proposta, pois contraria os princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), bem como do Guia alimentar para a população brasileira, em total desrespeito aos avanços obtidos nas últimas décadas no campo da segurança alimentar e no que tange as políticas públicas sobre as ações de combate à fome e desnutrição”, diz a nota publicada.

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