Gravidez

Enjoar durante a gestação é normal

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Publicado em 03/08/2012, às 07h00 - Atualizado em 24/06/2015, às 11h10 por Redação Pais&Filhos


Em sua primeira gravidez, a professora Deise Farias, mãe de Otávio e Manuela, vomitou quase que diariamente até o quinto mês. O mais engraçado era que seu enjoo tinha hora marcada: um pouco antes das 19 horas ela começava a sentir-se mal e logo vomitava. “Mas antes e logo depois do episódio eu me sentia bem, podia comer qualquer coisa”, conta. “Achava muito estranho as mulheres que falavam que não conseguiam comer certos alimentos, pensava até que era frescura”, lembra.

Quando o primeiro filho tinha um ano, Deise engravidou novamente. Já estava preparada para o mal estar pontual, mas dessa vez, as coisas foram diferentes. Ela passou a ter náuseas ao sentir o cheiro da própria cozinha. “Até água eu tinha que comprar na padaria. Um dia, meu marido, André, comprou várias garrafinhas, mas pôs na cozinha. Aquelas eu não consegui tomar!”, diz. Ainda ficou os nove meses sem chegar perto de carne vermelha, algo que até então adorava. “E teve um perfume do André que mandei jogar fora, porque não suportava nem o vidro fechado no quarto. O pior é que aquele perfume tinha sido um presente meu.”

A professora garante que tentou todas as receitas caseiras recomendadas para tentar aplacar os enjoos, de chupar limão a comer batata crua. Pois é, na hora do desespero, vale tudo. Mas nem sequer o remédio prescrito por sua ginecologista fez efeito. Para driblar as náuseas, adotou a estratégia de respirar dentro de um saquinho vazio de batata frita industrializada, dessas com cheiro bem forte, para encobrir os cheiros que lhe eram desagradáveis. Mantinha sempre um saquinho desses à mão.

É, agora que tudo passou, é até engraçado. Mas na época não foi nada fácil. “Estar grávida foi lindo, mas só do meio para o final da gravidez”, conta. As experiências de Deise podem parecer até um pouco assustadoras para quem está pensando em engravidar, afinal não combina muito com aquela imagem que a gente tem de uma grávida linda, completamente feliz e se sentindo em plenitude o tempo todo. Por mais que a história da Deise pareça um exemplo radical, ela não está sozinha. Sentir náuseas, enjoos e vomitar é completamente natural durante a gravidez.

Segundo os médicos, embora algumas mulheres não sintam nada, a maioria das gestantes tem, sim, enjoos. Eles ocorrem pelo aumento da progesterona e pela produção da gonadotrofina coriônica, hormônio específico da gestação. Eles costumam ser mais intensos pela manhã e tendem a diminuir ou até desaparecer entre a 12ª e 14ª semana de gravidez. “Mas isso não é uma regra”, explica a obstetra especialista em medicina oriental Regina Paula Ares, filha de Robinson e Salma. Tanto não é regra, que a história de Deise foi bem diferente.

Também não há regras sobre o que desencadeia o mal-estar. “O que causa e piora os enjoos é um fator individual, pode ser praticamente qualquer coisa. Tem mulheres que enjoam só de entrar em um carro”, explica. O importante em casos mais intensos e duradouros, diz Regina, é procurar orientação de um bom obstetra, pois o excesso de vômitos pode desencadear desidratação e distúrbios metabólicos.

Até quando?

Muitas vezes, porém, não há nada que os médicos possam fazer. A jornalista Luciane Murae, mãe de Cecília, brinca que bateu o recorde de tempo de enjoo. Descobriu que estava grávida por causa deles e continuou a senti-los quase até o dia do parto. “Primeiro todo mundo falava: é assim até o terceiro mês. Depois diziam: do quinto nunca passa. Pois os meus ultrapassaram”, lembra. Mas, não se desespere, isso é exceção.

A médica de Luciane chegou a pedir uma endoscopia, para verificar se tanto mal estar estava sendo causado por outra razão. O exame detectou apenas uma ferida no esôfago, provocada em função  do esforço repetido ao vomitar, mas nenhuma outra explicação para os enjoos.

Para Luciane, as náuseas não estavam associadas a comidas ou cheiros. Conseguia comer de tudo, engordou 12 quilos, o bebê sempre cresceu dentro do previsto. O jeito foi aprender a conviver com o problema. “Quando tinha uma reunião muito longa no trabalho, saía no meio para vomitar e voltava. Uma vez viajei de carro de São Paulo ao Rio: levei oito horas, porque tinha que ficar parando. Mas não ia deixar de fazer as coisas por causa disso”, lembra. E tudo foi encarado com muita naturalidade por Luciane: “Minha mãe contava que as três vezes que engravidou foi assim, então eu já estava esperando.”

Nem sempre sentir os enjoos significa vomitar. Para a tradutora Jamila Maia, mãe de Gael, as náuseas foram constantes, de noite e de dia, até o quarto mês. “Mas não chegava a vomitar. Era como estar num barco o tempo todo”, diz. Como tantas outra mães, apelou para remédios caseiros e homeopatias, mas nada teve resultado. O jeito foi aprender a conviver com o “probleminha”.

O mais curioso, no seu caso, é que as náuseas desapareceram de repente. “Foi no dia em que nos mudamos de casa. Lembro que fiquei arrumando as caixas, fazendo faxina e, no fim da tarde reparei: hoje eu não enjoei”, conta. E aí nunca mais. Ufa!

O ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, pai de Mira, Marcelo e Marcos, vice-presidente do Hospital Albert Einstein, lembra que embora a maior parte das grávidas sinta os enjoos, nem todas conseguem lidar assim tão bem com eles quanto Luciane e Jamila. “É como a questão da dor; algumas pessoas suportam melhor, outras são mais sensíveis”, afirma.

Enjoo do bem

Às vezes, as náuseas têm seu lado bom, acredite. A cantora Karina Ninni Ramos, fumante, não conseguia sentir o cheiro de cigarro durante toda a gestão de Lucca, seu filho mais velho. “Era uma contradição, porque eu, fumante até hoje, não podia ficar perto de alguém com um cigarro aceso”. Assim, ficar sem fumar por nove meses foi mais do que fácil: o enjoo venceu o vício. “Na gravidez do Lucca não tive vontade nenhuma de chegar perto de cigarro. Já na gestação da Marina, que não senti isso, foi mais difícil ficar sem fumar”, lembra.

O detalhe que complicou um pouco as coisas para Karina era o fato de que seu marido também fumava. “Em geral, um banho ao chegar em casa resolvia”, diz. Mas nem sempre. Ela se lembra de uma noite, quando nada parecia tirar o cheio impregnado no marido.  “Primeiro ele lavou a barba, mas quando voltou para a cama, o cheiro continuava a me incomodar. Então ele tomou banho. Ainda assim eu sentia o cigarro. Sem saber mais o que fazer para tirar o cheiro, ele resolveu ir para o sofá.”  

As experiências dessas mães mostram que, quando se trata de enjoos na gravidez, “o normal é individual”, como define o obstetra Zlotnik. E até para a mesma mulher, o normal pode mudar de uma gravidez para a outra. A única garantia é que um dia os enjoos vão passar, nem que seja com o filho já no colo. E, afinal, o que é o mero enjoo perto da alegria de ser mãe?

Dicas dos médicos para evitar (ou amenizar) os enjoos

– Comer de 2 em 2 horas. Assim, evita-se encher demais o estômago com refeições exageradas e o nível de glicemia se mantém alto.
– Comer algo logo que acordar e não escovar os dentes em jejum.
– Priorizar alimentos salgados e secos; evitar alimentos líquidos.
– Evitar alimentos muito temperados.
– Tomar suco de limão.
– Comer gengibre
– Comer o que te faz bem
– Há opções de remédios a base de gengibre, vitamina B6. homeopatias e drogas alopáticas, mas todas devem ser usadas com orientação médica.


Palavras-chave
Saúde

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