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11 em cada 100 partos são prematuros no Brasil

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Publicado em 06/08/2013, às 15h15 - Atualizado em 18/06/2015, às 15h32 por Redação Pais&Filhos


Onze em cada 100 crianças no Brasil nasce prematura e esse preocupante dado pode estar aliado ao excessivo número de cesarianas no País. O Brasil apresenta as mais altas taxas de cesarianas no mundo. Sua frequência aumentou de 37.8% de todos os partos em 2000 para 52.3% em 2010. A Organização Mundial da Saúde recomenda que a taxa de cesariana não ultrapasse os 15%, e alerta que o excesso de cesarianas aumenta a mortalidade de mães e de crianças. A prematuridade iatrogênica – quando se agenda uma cesariana por supor que o bebê está maduro, mas ele nasce prematuro – é uma das grandes preocupações do Ministério da Saúde.

O que assusta é o alto índice de casos nos hospitais privados, em que as cesáreas são agendadas por conveniência. Para evitar a prematuridade iatrogênica, sugere-se que mesmo que seja programada uma cesárea desnecessária, a mãe espere entrar em trabalho de parto, pois esse seria um sinal de que o bebê está pronto para nascer. Vale lembrar que nascer antes da hora significa nascer sem estar completamente pronto para encarar o mundo aqui fora. Os bebês que nascem antes da hora, dependendo da fase da gestação, podem sofrer com problemas relacionados à imaturidade do intestino, dos rins, do coração, do sistema de defesas do corpo e dos pulmões. Ou seja, esses órgãos não estavam totalmente formados, por isso eles precisam dos cuidados especiais da UTI neonatal para ajudá-los no processo de respiração e sucção do leite.

Para o representante do UNICEF no Brasil, Gary Stahl, o estudo reforça a urgência de esclarecer a relação de causa e efeito entre cesariana e prematuridade.“Isso contribuiria para reduzir a epidemia de cesarianas no Brasil e reverter o quadro de prematuridade.” Para ele, isso só poderá ser feito por uma ação articulada entre gestores e profissionais da saúde.

Meu bebê chegou antes da hora

Você pode ter um parto prematuro se…

O estudo “Prematuridade e suas possíveis causas”, divulgado ontem, segunda-feira (5), em Brasília, revelou que a prevalência de partos de crianças prematuras é de exatamente 11,7% em relação a todos os partos realizados no País. Esse percentual coloca o Brasil no mesmo patamar de países de baixa renda, onde a prevalência é de 11,8%. Nos países de renda média o percentual é de 9,4%, segundo o relatório “Born too Soon”, divulgado pela Organização Mundial da Saúde em 2012.

O estudo foi apresentado nesta segunda no evento ‘Ciclo de Estudos’, promovido pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) para especialistas da área.Os pesquisadores investigaram os números da prematuridade no Brasil e também o baixo peso ao nascer. O levantamento, apoiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Ministério da Saúde, foi liderado pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas e contou com a participação de 12 universidades brasileiras.

Segundo o estudo, há um crescimento de partos prematuros no Brasil, ao contrário do que se poderia esperar, já que o País vem reduzindo as suas taxas de mortalidade.O SINASC, sistema do Ministério da Saúde, apontava um discreto aumento no percentual de prematuridade, de 6,8% para 7,2% entre 2000 e 2010. Entretanto, o atual estudo corrige o valor de 2010 para 11,7%.

Segundo a OMS, em 2010, nasceram 15 milhões de crianças prematuras – abaixo de 37 semanas de gestação. O Brasil está na décima posição entre os países onde mais nascem prematuros.A prematuridade é a principal causa de morte de crianças no primeiro mês de vida, segundo dados do Ministério da Saúde (2011). Atualmente, a taxa brasileira de mortalidade de crianças abaixo de 1 ano é de 16/1000 nascidos vivos, segundo a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Cerca de 70% das mortes acontecem nos primeiros 28 dias de nascimento.

Sul e Sudeste: os maiores percentuais

Paradoxalmente, as regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) são as que apresentam os maiores percentuais de prematuridade (12% e 12,5%, respectivamente), seguidos pela Região Centro-Oeste (11,5%), Nordeste (10,9%) e Norte (10,8%).Um fator que chama atenção no estudo é como a cor de pele e a etnia influenciam na prevalência da prematuridade. As mulheres indígenas apresentam o maior percentual, de 8,1%. As mulheres de pele branca respondem pelo percentual de 7,8%, seguida pelas mulheres de pele negra (7,7%), parda (7,1%) e amarela (6,3%).Outro fator que também pode influenciar nos partos prematuros é a idade da mãe. A maior prevalência nesse quesito foi encontrada entre as gestantes abaixo dos 15 anos de idade, respondendo com uma prevalência de 10,8% contra a menor taxa encontrada, 6,7%, entre as mulheres na faixa dos 20 aos 34 anos.

Baixo peso ao nascer

O estudo também investigou os dados de baixo peso das crianças ao nascer (menor de 2.500 gramas). O percentual tem se mantido estável desde 2000, em torno de 8% do total de nascimentos.Fatores como raça, etnia e a idade da mãe também têm influência na prevalência dos casos de baixo peso ao nascer. Nesse caso, as mulheres negras respondem pelo maior percentual de nascimentos de crianças abaixo do peso (9,4%), seguida pelas brancas (8,3%) e pardas (8,2%). A menor taxa encontrada foi entre as mulheres amarelas e indígenas: 7,6% e 7,7%, respectivamente. Novamente, as regiões com maiores prevalências são o Sudeste e o Sul e as menores taxas estão no Norte e Nordeste. Os percentuais nas regiões Sudeste e Sul não são compatíveis com o nível de desenvolvimento dessas regiões, nem mesmo com os avanços dos indicadores de saúde materno-infantil.


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