Publicado em 21/10/2013, às 11h31 - Atualizado em 24/06/2015, às 15h48 por Redação Pais&Filhos
Não sou mãe de primeira viagem: há quase 17 anos passei pela mesma experiência de retorno ao trabalho. Fácil? Não. Foi um momento delicado, era muito nova, tinha 18 anos. Mai era minha primeira filha, minha princesa que tanto desejei. Mas tinha que trabalhar e logo veio uma separação, na qual ambos não tinham experiência alguma com um bebê.
Nos separamos e me tornei mãe e pai dessa filha tão amada. Desde então, ela sempre ficava com babás. Eu, trabalhando. Sabe quando você sente que a criança está infeliz? Precisando da sua presença? E naquele momento eu era mãe e pai dela, pois com a separação, o pai era ausente em tudo. Até que aos 22 anos
conheci um novo amor e me casei novamente, mais continuei a trabalhar. Minha filha já se sentia melhor com uma referência de pai em casa. Ele, por sua vez, cuidava com muito amor e dedicava tudo por ela.
Os anos foram passando e ela crescendo. Eu, sempre com aquela dor de deixá-la com babá, sempre ausente. Então, decidimos ter outro filho, mas por causa do ovário policístico não consegui engravidar. Fomos tentando
durante 7 anos, quando decidi abrir meu próprio negócio. Os anos foram passando, quando de repente engravidei: que notícia maravilhosa! Delícia de notícia! E o que fazer? Já que meu negócio estava bombando, meu marido já tinha seu trabalho e não teria como ele tomar conta para mim. Eu, com aquela culpa cruel, já tinha dentro de mim a ausência na criação da minha filha.
Fui levando até ele nascer: não conseguia desgrudar, sentia uma dor imensa ao pensar em deixá-lo para trabalhar com aquelas dúvidas cruéis: será que vai ficar bem? Dúvida essa, que sabemos a resposta. Não existe cuidado melhor que o da mãe.
Então, vendi meu negócio para me dedicar a ele e minha família! Hoje vejo como ele é diferente da irmã, ela já é mais desapegada e ele é muito amoroso. Se o deixo um pouco, já sente minha falta. Penso sempre que foi a melhor decisão que tomei, pois filho cresce e temos que curtir aquele momento, darmos um presente divino, presença, amor, atenção, cuidados. Agradeço a minha filha que hoje já vai completar 17 anos, e meu maridão, que em uma reunião de família, deu total apoio na decisão.
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