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Mãe que teve depressão pós-parto deve contar ao bebê sobre o problema

Imagem Mãe que teve depressão pós-parto deve contar ao bebê sobre o problema

Publicado em 09/05/2013, às 13h00 - Atualizado em 18/06/2015, às 12h50 por Redação Pais&Filhos


“Vocês estão aqui porque, supostamente, tiveram depressão pós-parto. Quero ouvir o que vocês sentiram”, perguntou às mães que participaram do 12º Brunch do Culpa, Não, o pediatra Leonardo Posternak, pai de Luciana e Thiago, presidente do Instituto da Família.

A primeira a falar foi a blogueira, Nanna Pretto, do blog Dica de Mãe, mãe do Gabriel, que engravidou enquanto escrevia um blog sobre mochilão. Nanna viajava pelo mundo com o marido, corria maratonas pelo Brasil e, de repente, descobriu que esperava um bebê. Ela só pensava em tudo o que iria perder. “Isso pesou, acho que foi o que mais causou a depressão”. Nanna já havia tido depressão diagnosticada anteriormente e, por isso, percebeu os sintomas rapidamente. “Foi o que me ajudou. Meu remédio foi a corrida, a endorfina gerada pelo exercício”, conta.

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A blogueira diz que teve medo de não poder continuar amamentando, pois pode acontecer de o bebê recusar o peito quando a mãe se exercita mais vigorosamente. “Mas achei que era melhor ficar bem e não amamentar do que ficar péssima amamentando. No fim ele continuou mamando normalmente e eu melhorei”, conta. Para que o filho fique bem, a mãe tem de estar bem, básico. Básico, mas a gente sempre esquece.

A depressão pós-parto é um quadro clínico que precisa de tratamento. Não é frescura e não significa que a mãe não ama o filho. Mas, mesmo sabendo disso, bate a culpa.  Carol Meoli, mãe da Ana Bárbara, já no hospital, olhava o bebê e só chorava. “Não entendia por que era diferente das outras mães. Chorava de tristeza, não era alegria o que eu sentia”, desabafou. As visitas inesperadas pioravam ainda mais a situação. “Não entendiam minha reação, perguntavam se ainda era o efeito da anestesia. Me sentia dopada, triste e feia”, completou. Ela ficou deprimida por três meses.

A blogueira Fabiana Faria, mãe do João Victor, do blog Depois que eu Descobri possuem um histórico familiar de depressão. Ela lembra que teve uma gravidez quieta. “Não queria que passassem a mão na minha barriga, não me entusiasmava com nada. Parecia que o filho da vizinha que ia nascer, sabe?”. As primeiras crises de choro de Fabiana começaram no quarto dia do filho e daí por diante piorou. “Cheguei a pensar em jogar meu filho pela janela”, contou.

A depressão pós-parto tem causas profundas e cada caso é um caso. Por isso, o tratamento também é diferente. Nosso convidado especial destacou a importância do diagnóstico: “Ninguém entra ou sai da depressão sozinho”, disse Dr. Leonardo.

Leonardo Posternak reforçou a necessidade de conversar com o filho, independentemente da idade, de contar a ele o que aconteceu. Chamado “banho de palavras”, o desabafo é algo essencial e urgente para as mães que tiveram depressão pós-parto. “Pegue seu filho e conte a ele, como se fosse para um adulto, tudo o que aconteceu. O seu tom de voz e seus sentimentos vão ser transmitidos. Diga que você sempre o amou, mas que na época não estava bem. Agora você está bem e vai poder cuidar dele”, sugere. Para o médico, o segredo é a pior coisa para uma família. Aa verdade deve ser priorizada. Sempre. “A palavra dos pais deve ser altamente acreditada pelos filhos – se não for, em quem mais vão acreditar?”, completou.

Nossa editora executiva, Flávia Hashimoto, mãe de Sarah e Susan, deu um depoimento sobre o banho de palavras que fez com sua filha caçula, quando ela tinha apenas 8 meses. “Isso me ajudou muito a me perdoar e a ficar em paz com ela [filha]. No dia que tive a conversa com ela, eu coloquei ela no berço para dormir, ela tinha muita dsifucldade de dormir a noite. Nesse dia, ela olhou pra mim como se tivesse entendendo tudo o que eu estava falando. Eu expliquei que eu estava de volta, que eu estava doente, mas que estava de volta. Que eu ia cuidar dela pro resto da vida, que eu a amava muito”. Assista o depoimento completo aqui. 

Medo de abandono

Entre um conselho e esclarecimento do Dr. Leonardo, Juliana Kuhan Rosenbaum, mãe de Bruna, ouvia emocionada às outras mães. Ao contar sua história, ela se comoveu ao falar sobre a gravidez. Durante os nove meses, sentiu medo de ser abandonada pelo marido. “Meus pais se separaram quando minha mãe estava grávida. Não queria repetir a história”. Mas esta não era a única insegurança de Juliana, ela temia por tudo, tanto, que se tornou escrava da babá eletrônica. “Ficava 24 horas olhando minha filha ou a ouvindo pela babá. Não conseguia relaxar”, disse.

Ser mãe na adolescência foi traumático para Natália Piassentini, que teve a filha mais velha Giulia, com apenas 17 anos. Ela engravidou de um namorado que não aceitou o bebê. “Ele disse que eu devia tirar a criança. Segui em frente e ele me abandonou. Acho que começou aí”. Sentindo-se com medo e com vergonha, apesar do apoio dos pais, Natália teve a filha, mas não conseguia olhá-la. “Era a cara do pai. Não consegui. Deixei com meus pais por um ano e fui cuidar da minha vida”. Para Dr. Leonardo Posternak, Natália foi terminar de viver o que não tinha vivido: a adolescência. E, quando voltou, pôde estar inteira com a filha.

O último depoimento dessa manhã de risos e lágrimas foi de Estefani Arruda dos Reis, mãe da Mariana, que já tinha problemas psicológicos antes da gestação. Sofreu durante toda a gravidez e por mais um ano com surtos nervosos e de depressão profunda. “Quebrava tudo, não queria comer. Eram surtos terríveis. Quase fui internada, mas decidi parar de amamentar para tomar remédios muito fortes. Foi só aqui no Culpa, Não que consegui me abrir pela primeira vez.” Enquanto Estefani contava sua história, com tanta coragem e generosidade, a filha começou a chorar. Fabiana Faria se prontificou a ajudar, dando comidinha para a menina. Aqui no Culpa, Não é assim: mãe ajudando mãe, sem julgamento.

Envie um depoimento sobre o tema do mês: você pode ser uma das 10 mães selecionadas para participar de um brunch na redação. Depois, uma delas é escolhida para participar da seção Família é Tudo na revista. Neste mês, o tema é deixar o filho cedo na creche. Leia a matéria da Pais & Filhos de maio, já nas bancas

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