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Primeiros transplantes de útero têm bons resultados

Imagem Primeiros transplantes de útero têm bons resultados

Publicado em 24/02/2014, às 13h59 - Atualizado em 23/06/2015, às 16h45 por Redação Pais&Filhos


Apesar de todo o avanço na área de transplantes, até recentemente ainda não se tinha notícias de transplantes bem sucedidos de útero até uma divulgação feita na Suécia em janeiro, em um estudo inovador feita pela Universidade de Gotenburgo. As operações foram realizadas em 2011, mas só com a confirmação do sucesso dos procedimentos a notícia foi tornada pública. Foram operadas nove mulheres que não tinham o órgão –– oito devido a uma síndrome caracterizada pela ausência do útero e com ovários normais (a MRKH)  e uma por remoção como parte do tratamento do câncer de colo de útero.

As mulheres, todas por volta dos 30 anos, tiveram como doadoras mulheres saudáveis. Uma das transplantadas já teve uma fertilização confirmada e está grávida, podendo ser a primeira mulher do mundo a ter um bebê com útero transplantado. Ela recebeu o útero da própria mãe, mas seus ovários funcionavam normalmente, o que permitiu que a fecundação fosse feita com seus próprios óvulos.

Mas o transplante de útero é mais complexo do que se imagina. Veja:

A cirurgia

É semelhante a de um transplante de rim ou de coração, só que, ao contrário dos demais órgãos, não tem como fim salvar uma vida, e sim gerar uma. “O objetivo do transplante é colocar para funcionar uma estrutura que faltava por motivos biológicos e dar a mulher uma chance de gravidez”, diz Vamberto Maia Filho, médico Coordenador Clínico do Centro de Reprodução da Maternidade Santa Joana, pai das trigêmeas Júlia, Clara e Alice. O que torna a cirurgia especialmente delicada é o fato de as trompas, estrutruras extremamente sensíveis, que levam os óvulos do ovário até o útero, não serem ligadas ao órgão.

Depois da cirurgia

Mesmo que o transplante tenha sido feito com a doação de uma parente não garante compatibilidade. E, após a cirurgia, a mulher continuará em observação por um longo período. É necessário tomar medicamentos antirrejeição, imunosupressores, além de manter um acompanhamento médico constante. Mariano Tamura, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, pai de Ana Clara e Manuela, indica que o primeiro ano após o procedimento é crucial para se certificar de  que o útero entrou em sintonia com o corpo, embora o tempo de estabilização possa durar anos. “Antes de tentar a gestação, é preciso observar as reações do sistema imunológico, a parte mais delicada desse processo”, explica. Um risco possível é de que, com sinais de não aceitação completa, seja necessário remover o órgão transplantado.

Gestação futuras

A forma de concepção é por fertilização in vitro. O ginecologista e especialista em reprodução assistida humana na Primordia Medicina Reprodutiva, Márcio Coslosvsky, pai de Beatriz, diz que tudo ainda é muito incerto. “As medicações podem atrapalhar a fertilidade e agredir o ovário”, explica. Outra questão é que o útero sofre transformações e é muito exigido durante a gestação. “É impossível prever o comportamento do órgão transplantado durante a gravidez”, alerta Coslosvsky.

Ética

O transplante de útero é um daqueles avanços da ciência que provocam muitas discussões éticas. “Em uma gravidez como essa, o feto é colocado como um ser em condição experimental”, explica Tamura. “Ele pode sofrer o efeito do imunosupressor e da própria cirurgia, ou nascer prematuro e com problemas de saúde. A delicadeza do transplante de útero no aspecto ético consiste em respeitar  vida e saber até onde se pode ir, levando em conta os riscos”, finaliza.

Consultoria: Vamberto Maia Filho, pai das trigêmeas Júlia, Clara e Alice, médico Coordenador Clínico do Centro de Reprodução da Maternidade Santa Joana; Mariano Tamura, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, pai de Ana Clara e Manuela; Márcio Coslovsky, ginecologista e especialista em reprodução assistida humana na Primordia Medicina Reprodutiva, pai de Beatriz.


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