Publicado em 07/10/2013, às 11h51 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h31 por Redação Pais&Filhos
Madalena, minha filha, acaba de completar 1 ano. Hoje arrisca os primeiros passinhos, entende algumas coisas que falamos para ela e está ganhando peso muito bem. Mas passou por alguns momentos difíceis aos 7 meses de idade.
A Thalita, minha esposa, tinha acabado de sair da licença-maternidade e a Madá entrou na creche. Calhou de ser no finalzinho de abril, uma época em que – segundo minha avó – as crianças adoecem muito. Não sei se é um fato, mas a realidade é que várias crianças de lá realmente estavam gripadas.
A adaptação da Madá já não foi das mais fáceis, e ainda por cima ela acabou ficando bem gripada com essa mistura de clima ruim com exposição a tantas bactérias novas. Pior, teve dois resfriados seguidos de uma bronquiolite. Visitávamos a pediatra toda semana, mudamos a alimentação, demos remédio, fizemos reza braba, inalação e simpatia – outra contribuição de vovó. E de nada adiantava, ela curava de uma gripe e entrava em outra.
is que, em meio à frustração e a certeza de que devíamos ser os piores pais do mundo, ela teve febre alta. Seguimos o procedimento-padrão. Isso tudo foi fácil, difícil era ver aquela coisinha sofrendo, ofegante ou chorando muito, sem entender bulhufas do que estava acontecendo.
Justamente naquela noite eu não consegui falar com a pediatra, então tocamos para o hospital. Chegando lá, Madá foi examinada e perceberam que o pulmão estava cheio de catarro. Ela teria que fazer uma radiografia, mas antes disso fariam o procedimento da fisioterapia respiratória.
Só que depois disso veio um dos piores momentos da nossa vida: precisariam inserir uma pequena sonda no nariz da Madá para remover o catarro direto do pulmãozinho.
Nós sabíamos que o procedimento era inofensivo e que seria melhor para ela, mas o choro de desespero profundo da minha filha – ela nunca tinha sofrido tanto assim em seus 7 meses de vida – foi, para mim, o pior som do mundo.
Eu e a Thalita seguramos a cabeça e os braços dela para que ela não se debatesse. Mas choramos junto com ela. O tempo todo. Deve ter durado 3 ou 4 minutos, mas para nós foi uma eternidade. Eu só conseguia pensar em tirar ela dali para ir embora. Em entregá-la nos braços da Thalita para uma mamadinha relaxante.
Passado esse momento traumatizante, deu para perceber que realmente a Madá respirava melhor. Ainda assim, a radiografia indicou uma pneumonia. Ela teve que entrar no antibiótico, ficou vários dias em casa, sem ir pra creche e passou a comer muito mal.
Foi um período complicado, pois ela parou de ganhar peso, e isso continuou durante o tratamento da pneumonia. Foi necessário ter paciência e carinho com ela para descobrir o que despertava mais o apetite.
Duas semanas e meia depois, ela estava curada, finalmente. Voltou para a creche e adicionou alguns anticorpos para a coleção que só vai aumentar daqui pra frente.
E nossa experiência como pais também cresceu. Hoje sei, por exemplo, que para curar doença respiratória é só posicionar um cristal vulcânico no peito do adoentado e gritar “vai embora, gripe” cinco vezes. Obrigado, vó!”
Cauê Madeira, pai da Madalena e diretor da Zóio, agência que desenvolveu o novo site da Revista Pais & Filhos
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