Publicado em 27/11/2015, às 11h48 - Atualizado em 10/07/2021, às 14h25 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
O transplante de útero ainda é um procedimento experimental, mas se seu sucesso for comprovado, vai beneficiar dezenas de mulheres. “As mulheres em idade reprodutiva que se submeteram à retirada do útero, as que têm malformação congênita ou as que o útero não se formou adequadamente serão as maiores beneficiadas”, diz Eduardo Motta, pai de Daniella e Camilla, ginecologista e obstetra do Centro de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Algumas vezes, as mulheres também têm dificuldade de manter a gravidez porque o útero não consegue produzir o endométrio, de acordo com o especialista. Mas atenção! Esse tipo de procedimento ainda não está disponível. Dez mulheres vão se submeter ao procedimento experimental nos Estados Unidos como parte de um estudo da Cleveland Clinic. Os riscos ainda são desconhecidos, mas um estudo feito na Suécia com nove mulheres que receberam o transplante foi bem sucedido: 5 delas ficaram grávidas e quatro já tiveram os bebês.
A diferença é que, enquanto o estudo da Suécia utilizou úteros doados por parentes das voluntárias, o estudo americano pretende usar órgãos de pessoas já falecidas, como ocorre com outros transplantes. “A demanda pelo transplante de útero é pouca, principalmente por que existem outras opções para as mulheres engravidarem”, explica Eduardo Motta.
As mulheres transplantadas não poderão ficar grávidas da maneira convencional, ou seja, vão precisar passar por tratamentos de fertilização porque o útero novo não estará ligado às trompas, onde normalmente o espermatozoide fecunda o óvulo.
Depois de feito o transplante, a mulher vai precisar esperar um ano até que a cicatrização esteja completa e o corpo esteja pronto para o implante dos embriões. O parto também não poderá ser normal, para que o órgão não sofra nenhum tipo de trauma. Se engravidar, a mulher precisará passar por uma cirurgia de cesárea. Depois de um parto bem sucedido, só é possível ter mais um bebê e o útero terá que ser removido para que a paciente possa parar de tomar remédios contra a rejeição, que têm riscos a longo prazo.
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