Publicado em 26/08/2013, às 12h38 - Atualizado em 13/11/2021, às 05h19 por Redação Pais&Filhos
Olhando o calendário de vacinação infantil do Ministério da Saúde, a gente percebe que todas as vacinas exigem um reforço que pode ser de uma ou várias doses, com exceção da BCG. Os reforços são importantes para a complementação da vacina e a eficácia na imunização da criança contra as doenças, mas se você esqueceu de levar seu filho para tomar essas segunda ou terceira doses, não se preocupe. Elas podem ser tomada normalmente, mesmo após alguns dias ou meses ‘de esquecimento’.
“Vacina aplicada é vacina válida. As outras doses complementam. Claro que não é bom atrasar, pois a criança fica mais vulnerável. Se há atraso em uma dose, o esquema vai terminar mais tarde. Então, se você atrasa a segunda, a terceira vai ser dada mais para frente e assim por diante”, explica o médico sanitarista e responsável pelo setor de vacinas do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, Ricardo Cunha, pai de Renata e Marina.
Por que o reforço?
A criança tem o sistema imunológico incompleto até os dois anos, daí a importância dos reforços da vacina, especialmente durante o primeiro ano de vida. Outra causa para as doses extras é que a mãe, durante a gravidez e a amamentação, transfere para o filho muitos anticorpos que, mais tarde, irão exigir as doses de reforço. Em crianças pequenas até os 6 meses de vida, só existe uma vacina de dose única, que é a BCG, contra formas graves de tuberculose, pois esta age com um mecanismo de defesa diferente de todas as outras, que é pela imunidade celular (bom, este é um termo médico que, resumidamente, significa a transferência de células, em vez de anticorpos, pela vacina para criar resistência do corpo a certos micro-organismos estranhos, os antígenos).
Todas as outras vacinas funcionam em doses múltiplas. Elas consistem em uma solução de micro-organismos estranhos ao corpo (antígenos) de um agente causador de doença (bactéria ou vírus), injetados no indivíduo para estimular a produção dos anticorpos que irão protegê-lo.
Quando a criança tem mais de dois anos (e para nós adultos, claro) as vacinas já não exigem muitas doses, resumindo-se em doses únicas (e, muitas vezes, combinadas, tipo “três em uma”). Isso acontece porque nosso sistema imunológico já está pronto. Um bom exemplo é a vacina pneumocócica conjugada – para bebês, ela é dada em muitas doses e, depois de um tempo, faz-se um reforço. Se a criança a toma com mais de 4 anos, ela será dada em dose única.Saiba tudo sobre as vacinas da caderneta em nosso Guia de Vacinação.
Portanto, a exigência dos reforços é, basicamente, por causa do sistema imunológico incompleto dos bebês e, apesar de complementares, são necessários.
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