Apenas com 11 anos Fábio Abrão de Araújo, continua batalhando pela sua vida no Hospital Geral de Pirajussara, na Grande São Paulo. Já faz um mês que ele ingeriu a marmita envenenada com chumbinhos, em Itapevi.
A criança não consegue nem falar e nem andar, muito menos reconhece os familiares que vão visitá-lo. Segundo a matéria do R7, o pai do garoto, Flávio Araújo, ao vê-lo abrir os olhos, um dos poucos movimentos que ele consegue fazer diz: “Eu fico triste de ver ele lá na cama, não anda, não fala, é muito difícil”.
A polícia ainda não sabe quem envenenou as quatro marmitas, das quais dois moradores de rua que a comeram faleceram. No entanto, apesar de extremamente doloroso, ainda há esperança para Fábio, já que uma jovem de 17 anos que também comeu a marmita e foi internada, recebeu alta no dia 26 de agosto.
Buscando encontrar a fonte da contaminação, a polícia investigou a cozinha em que as marmitas foram preparadas, que foi desconsiderada pelo laudo da perícia, tendo em vista que o ambiente é perfeitamente seguro para a preparação dos alimentos e é livre de qualquer componente tóxico. Dessa forma, a intoxicação só poderia ter sido feita logo após a entrega da comida às pessoas em situação de rua.
Investigações têm sido realizadas e acredita-se que a substância utilizada nos alimentos foi veneno para matar de rato, que segundo Anthony Wong, toxicologista, pode causar consequências no organismo de quem o consome. O componente químico pode desacelerar os batimentos do coração e até gerar uma parada cardíaca. Além de dificultar a respiração pelo excesso de secreção. “Com essa falta de oxigenação no sangue, as células sofrem, principalmente as células nervosas do cérebro”, constata o médico à reportagem.
O pai do Fábio exige a transferência do garoto para hospital que tenha tratamento neurológico, buscando evitar ao máximo danos futuros na vida do menino. Flávio ainda aguarda assistência social para iniciar a fisioterapia em casa e levá-lo de volta ao lar.
Em contra-ponto, o hospital diz que o menino está sim recebendo todos os cuidados clínicos devidos, acompanhamento neurológico e pediátrico, além da fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição e assistência social para a família. E reforça em nota que o garoto “ainda não tem indicação de alta médica, nem transferência a outro serviço”.