Na última quarta-feira, 24 de março, a Nova Zelândia aprovou por unanimidade uma lei que permite aos casais que sofreram aborto espontâneo ou natimorto três dias de licença remunerada. A nova legislação amplia a licença que já havia no país – mas com regras restritivas.
Os empregadores do país precisavam remunerar os pais que haviam perdido bebês após 20 semanas ou mais de gestação. No entanto, a nova legislação, que deve entrar em vigor a qualquer momento, vai ampliar essa licença para quem perde a gravidez a qualquer momento.

Ginny Andersen, parlamentar que elaborou o projeto de lei explicou ao The New York Times: “Achei que isso daria às mulheres a confiança de poderem solicitar essa licença, se necessário, em vez de apenas ter que ser inabalável e seguir em frente, quando sabiam que precisavam de tempo, física ou psicologicamente, para superar o dor ”.
Na Nova Zelândia, cuja população é de cinco milhões, o Ministério da Saúde do país estima que uma a duas gestações em cada dez terminarão em aborto espontâneo. O tópico ainda mostra um grande tabu, mas os órgãos de saúde têm trabalhado para desmistificar esse fato.

A Nova Zelândia descriminalizou o aborto no ano passado – contudo, a linceça remunerada não é válida para aboortos provocados. Mas ainda sim, o projeto se mostra importante ao reforçar a luta das mulheres para equilibrar as suas necessidades com a de seus empregadores com questões como gravidez.