A pandemia adiou muitos planos por causa do desemprego e da situação do país e do mundo. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os processos de adoções também diminuíram – isso porque, algumas decisões foram atrasadas ou houve desistência dos pais.
De acordo com o órgão, no ano passado houve uma redução de 26,4% na concessão de sentenças de adoção no país se comparado a 2019 — a queda foi de 3.013 para 2.216 decisões. Além disso, a situação da Covid-19 fez com que muitas famílias adiassem o sonho de adotar.

Em entrevista para O Globo, uma juíza da Vara da Infância e da Juventude do Rio explicou: “Muitos pretendentes estão desempregados ou com alguém da família doente. Tivemos, inclusive, casos de óbitos por Covid-19 de pretendentes à adoção”.
“E alguns habilitados disseram que tinham pais idosos e que não poderiam fazer estágio de convivência, pedindo a suspensão do cadastro”, explicou.. “Também observamos que o aumento dos casos de divórcios acabou ensejando a desistência de habilitados, além de que médicos e enfermeiros habilitados que pediram a suspensão (do processo) por conta das grandes jornadas de trabalho”, concluiu.

No entanto, na contramão desses dados, houve uma tentativa de esvaziar os abrigos no final do ano passado para proteger as crianças. O que significa tentar agilizar os processos. Há também uma preocupação dos servidores em salvar as crianças dos lares com denúncias de maus-tratos.