“Eu vou juntando os caquinhos, todos os dias”, afirmou Letícia Cristina dos Santos Afonso Matheus, de Campo Grande, MS, após perder dois filhos: Joaquim com apenas 7 dias de vida, em 2013, e Thiago, aos 24 anos, após sofrer um acidente de carro em 2019, no dia do aniversário da mãe. Além do triste ocorrido, ela também foi diagnosticada com câncer de mama, em menos de um ano após a morte do primogênito.
Na primeira perda, ela contou que quando estava no quarto mês de gestação, descobriu que Joaquim tinha má-formação. “Ficamos surpresos, mas achamos que daria tudo certo por conta da medicina avançada. Fiz o acompanhamento, mas ele não sobreviveu e morreu com sete dias de nascido”, disse ela ao Campo Grande News.
Para superar o desafio, Letícia decidiu realizar o curso de Assistência Social em uma universidade. “Eu queria ocupar minha cabeça, então, fiz uma boa rotina para lidar. Trabalhava no salão, tinha bastante clientes e amigos. Muita gente me falava coisas boas”, disse.
“Meu aniversário caiu numa sexta-feira, dia 7 de junho. Nós íamos comemorar no dia 9. Mas na madrugada de sábado para domingo, meu filho morreu. Meu mundo caiu, Thiago era meu primeiro filho”, contou. “Sinto muita falta dele, era meu amigo. A gente passava muito tempo juntos”, declarou.
Além disso, no dia do enterro do filho, ela descobriu que seria avó. “Era muita coisa para assimilar mesmo, mas Eduardo nasceu. É lindo, maravilhoso e a vida dele deu vida para a minha. No próximo domingo, faz dois anos e ele é a alegria da minha vida. Um pedaço do meu filho”, relembrou.
Em fevereiro de 2020, Letícia foi diagnosticada com câncer de mama. “Quando eu descobri a doença, não consegui sentir as coisas direito. Não pude sofrer a dor do câncer, porque foi tão estranho, eu estava anestesiada”, disse.
No entanto, apesar das dificuldades ela afirmou que tem conseguido forças para se reerguer. “Eu peço muita força ao Espírito Santo e tenho amigos que oram por mim. Meu marido é uma rocha, ele sempre esteve aqui por mim. Tenho meu filho, meu neto. Fiquei por um bom tempo com medo de sair de casa, achando que podia morrer, que meu outro filho poderia sofrer com algo, mas com tratamento e ajuda, estou conseguindo”, afirmou. “Eu sempre vivi o momento. Thiago também era assim. Eu sei que ele não quer me ver triste, então, estou voltando a sorrir mais, a aproveitar a vida e dar risada. A gente chora, mas limpa o rosto e voltar a rir de novo”, concluiu.
