Larissa Mello, viúva do fisiculturista Hugo Sérgio, falou após pouco mais de 20 dias sobre o incêndio que tomou conta do seu apartamento no Rio de Janeiro e tirou a vida do seu marido, além de ter deixado a filha do casal, de apenas 6 anos, com 70% do corpo queimado. O apartamento da família ficou completamente destruído.
Em entrevista ao G1, a mulher respondeu os boatos de que teria causado o incêndio e falou ainda sobre a dor de ter perdido o marido, que morreu no local, e de ver a filha no hospital. “Enquanto as pessoas diziam que eu tinha viajado com o dinheiro de uma vaquinha solidária que fizeram pra gente, eu estava no hospital ao lado da minha filha”, desabafa.
A menina segue internada mas já está fora de perigo. “Ela ainda está no CTI, inspira cuidado, mas está acordada, se comunica e virou o xodó da equipe. Ela não reclama, faz tudo o que os médicos e enfermeiros pedem. Elogia os tios e tias do hospital”, conta. Maya teve o rosto, braços e mãos queimados.
Larissa conta que agora recebe apoio psicológico e de assistentes sociais no hospital, além disso ela recebeu a recomendação de não falar sobre o incêndio e sobre a morte do pai para a filha durante a recuperação dela. “Ela tem flashes do incêndio, então dissemos que, assim como ela, o papai está dodói”.
“Eu tenho até medo de quando parar para sentir tudo o que não tive tempo. Acho que vou desabar. Às vezes saio para dar uma choradinha, porque não quero que a Maya me veja chorando. Mas ainda não tive tempo de viver tudo. De um dia para o outro me vi sem marido, com a filha no hospital, sem casa e com as pessoas me atacando”, conta ela. Larissa lamenta o acidente e conta que vai demorar a superar o acidente. “Só quero voltar a ser feliz. Ver a Maya bem, sentir felicidade de novo, nem que seja nas pequenas coisas, como levá-la para a escola, voltar a trabalhar”, diz.
A mulher ainda contou o que lembra do acidente. “Hugo pediu para eu ir buscar ajuda. Para mim, ele ia tirar a Maya e ia vir atrás. A Maya estava dormindo no quarto dela, mas foi encontrada na cozinha. A cachorra estava na sala. Pra mim, foi ele que levou nossa filha para lá, e o Marlon (vizinho que salvou a menina e a cachorra), esse anjo enviado por Deus, tirou”.
