O aumento da obesidade infantil no Brasil tem se tornado uma questão de saúde pública cada vez mais preocupante. Segundo um estudo recente realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London, há uma tendência alarmante no país. Entre os anos de 2001 e 2014, os dados de mais de cinco milhões de crianças brasileiras mostraram um aumento não só na estatura média, mas também no índice de obesidade.
Essa pesquisa ressalta desafios significativos que o Brasil enfrenta para alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde de conter o aumento da obesidade até 2030. Pesquisadores do Cidacs/Fiocruz Bahia, o Brasil ainda está distante de atingir esse objetivo. Isso indica a necessidade de um enfoque intensificado na promoção de hábitos saudáveis entre as crianças desde cedo. Além disso, é fundamental que sejam implementadas políticas públicas para melhorar a disponibilidade de alimentos saudáveis e acessíveis, pois a obesidade é resultado de uma série complexa de fatores que requerem soluções multifacetadas.
Qual a atividade física ideal para crianças?
A prática de atividade física regular é crucial para combater a obesidade infantil. Segundo especialistas, não há uma modalidade única que se destaque para a perda de peso infantil. É essencial que a criança encontre prazer na atividade escolhida, o que pode ser alcançado através de orientação especializada por um profissional de Educação Física e de um nutricionista. O segredo está em manter um déficit calórico, onde o gasto energético supera a ingestão de calorias.
As diretrizes estabelecidas pela OMS indicam que crianças entre 5 e 17 anos devem praticar pelo menos 60 minutos diários de atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa. Além disso, o American College of Sports Medicine recomenda que exercícios aeróbicos sejam realizados pelo menos três vezes por semana, tanto por adultos quanto por crianças.
Corrida e outras atividades são seguras para crianças?
A corrida, que tem se popularizado entre adultos, também pode ser uma opção viável para crianças, desde que feita de maneira lúdica e divertida. Incluir brincadeiras tradicionais, como pique-pega, pode tornar a corrida mais agradável, incentivando as crianças a se movimentarem naturalmente.
Em relação à musculação e ao crossfit, existe uma certa preocupação entre os pais. No entanto, com a supervisão adequada de um profissional e a execução correta dos exercícios, essas atividades podem ser realizadas com segurança por crianças e pré-adolescentes. É essencial adaptar a intensidade dos exercícios de acordo com a idade e o nível de condicionamento físico de cada criança, começando com intensidades mais baixas para aqueles que são sedentários e aumentando progressivamente.

Como os pais podem incentivar atividades saudáveis?
O incentivo à prática de exercícios físicos deve ocorrer de maneira natural e sem pressão. As crianças tendem a imitar o comportamento dos pais, e vê-los praticar exercícios pode motivá-las a participar também. Dessa forma, transformar o momento da atividade física em uma experiência divertida e compartilhada pode amplificar os benefícios para a saúde.
Lista de atividades recomendadas para crianças:
- Brincadeiras tradicionais:
- Esconde-esconde: melhora mobilidade e velocidade.
- Queimada: desenvolve reflexos, coordenação e socialização.
- Amarelinha: trabalha equilíbrio e coordenação motora.
- Esportes coletivos:
- Futebol: melhora o condicionamento físico e a agilidade.
- Basquete: desenvolve resistência e habilidades motoras.
- Vôlei: fortalece músculos dos braços e melhora a concentração.
- Atividades individuais e ao ar livre:
- Ciclismo: melhora resistência e fortalece músculos das pernas.
- Skate: desenvolve equilíbrio e coordenação.
- Escalada em parede infantil: fortalece o corpo e melhora a concentração.
Para complementar as atividades físicas, é importante seguir uma alimentação saudável, limitando o consumo de alimentos ultraprocessados ricos em açúcar, sódio e gordura. Optar por alimentos naturais, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, pode ajudar a manter uma dieta equilibrada e nutritiva. O acompanhamento de um nutricionista pode auxiliar na elaboração de refeições que atendam às necessidades das crianças.