Recentemente, na cidade de Taguatinga, região do Distrito Federal, um caso alarmante chocou a população de diversas regiões do país: uma técnica de enfermagem, responsável pelo cuidado de uma menina de 10 anos, é suspeita de agredi-la de forma brutal.
A criança em questão tem a síndrome de Moebius, um distúrbio neurológico raro que afeta os nervos cranianos, principalmente os responsáveis pelos movimentos da face e dos olhos, além de ser autista de nível 4. Essa condição implica em severas limitações, o que significa que a menina é totalmente dependente de outras pessoas para suas atividades diárias. Ela não consegue falar, andar ou se alimentar sozinha, o que a torna ainda mais vulnerável a qualquer tipo de abuso.
A importância de sempre vigiar os profissionais
A situação só foi descoberta depois que a mãe, preocupada com uma possível mudança no comportamento da filha, decidiu instalar câmeras de segurança em casa. Há cerca de um mês, uma médica da equipe responsável pelo acompanhamento da menina, alertou sobre mudanças no comportamento da criança e gerou desconfiança. Com isso, a mãe optou por vigiar a situação de perto, claro que sem imaginar o quão grave era o que estava acontecendo.
⏯️ Técnica de enfermagem quebra braço de menina acamada no DF
— Metrópoles (@Metropoles) February 25, 2025
Câmera de segurança instalada no quarto da criança de 10 anos registrou momento em que cuidadora agride fisicamente a vítima
Leia: https://t.co/Wf6zb4eoY7 pic.twitter.com/3a3uEQCIYg
As câmeras estavam instaladas para captar qualquer tipo de atividade suspeita, além de poder observar ocasionalmente a filha na ausência da família, mas até então, nada estranho havia ocorrido. O choque veio durante a noite, quando a cuidadora estava sozinha com a criança, que já estava dormindo. Na última sexta-feira, 21 de fevereiro, um vídeo capturou as cenas de agressão. O flagrante mostrou a técnica de enfermagem deitada sobre a criança, pressionando seu pescoço e dando um murro em sua perna. Em outro momento, ela torceu o braço da menina com tanta força que causou uma fratura. Após fraturar o braço da menina e terminar seu plantão na noite do crime, a cuidadora reuniu seus pertences e desapareceu da casa.
A violência foi chocante e desesperadora, especialmente porque a menina já estava em uma situação de fragilidade extrema devido ao seu quadro clínico e obviamente é uma pessoa completamente indefesa.
Investigação do caso
Imediatamente após o ocorrido, a mãe da menina registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal. O caso foi classificado como lesão corporal e está sendo investigado.
A investigação revelou que a cuidadora tem seu registro ativo como técnica no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF) desde junho do ano passado. O serviço de home care foi contratado por meio do plano de saúde. A empresa do plano, por sua vez, encaminhou o atendimento a uma cooperativa terceirizada, responsável por escalar os profissionais em cada trabalho. A técnica de enfermagem, logo após a violência cometida, entregou a sua escala, pediu demissão e bloqueou qualquer contato, tanto com a família da vítima quanto com seus antigos colegas de trabalho.
Além de ser portadora da síndrome de Moebius e autista, depende 100% dos cuidados de terceiros e qualquer mudança, por menor que seja, nos cuidados que ela recebe, pode afetar sua saúde e bem-estar. O caso em questão reforça a necessidade de estarmos sempre atentos às pessoas que desempenham algum papel de cuidado com algum membro da família e monitorar de perto.