Você sabia que as crianças começam a desenvolver uma percepção de tamanho corporal bem mais cedo do que imaginamos? Isso mesmo! Um estudo recente realizado por psicólogos ingleses revelou que, já a partir dos sete anos, as crianças começam a formar julgamentos sobre a aparência dos outros, influenciados principalmente pelas imagens que veem ao seu redor, incluindo aquelas da mídia.
Publicado no Journal of Experimental Child Psychology, o estudo mostrou que, com apenas sete aninhos, as crianças já começam a comparar o corpo dos outros com o seu próprio e a ter ideias sobre o que é “normal” ou “ideal”. E o mais interessante é que, muitas vezes, essas comparações não têm a ver com uma percepção natural, mas com o que elas são expostas – ou seja, tudo começa com as imagens que elas veem ao longo da vida.
Como as imagens influenciam desde a infância?
A pesquisa foi dividida em duas fases: a primeira envolveu 181 jovens entre 11 e 15 anos e adultos, enquanto a segunda se concentrou em crianças de 7 a 11 anos. Os participantes eram convidados a olhar para imagens de pessoas e estimar seu peso. Depois, as imagens eram alteradas para mostrar corpos com diferentes tipos de peso, como pessoas muito magras ou mais gordas.
O resultado foi bem claro: quando os participantes viam imagens de corpos maiores, suas estimativas de peso diminuíam. Já quando eram expostos a corpos magros, suas percepções de magreza não se alteravam. Isso acontece porque estamos tão acostumados a ver corpos magros nas mídias que, ao ver corpos mais magros, nossa percepção não muda – mas ao ver corpos mais largos, a ideia do peso se ajusta, refletindo o estigma social que envolve o corpo com sobrepeso.

A importância da educação visual
O estudo também destacou algo superimportante: as influências visuais, como as imagens que as crianças veem, têm um grande impacto na forma como elas enxergam o próprio corpo e o dos outros. A psicóloga Lynda Boothroyd, uma das autoras do estudo, explicou que até mesmo imagens aparentemente neutras podem influenciar a percepção de peso de uma criança.
O problema está na normalização de um tipo específico de corpo, aquele magro e “ideal”, que é constantemente promovido pela mídia. Essa visão distorce a ideia de que o corpo humano é diverso e que cada pessoa é única em suas formas. Para Boothroyd, é essencial que as crianças tenham acesso a representações mais inclusivas e realistas dos corpos, para que elas cresçam com uma visão mais saudável e realista do que significa ser humano.
O impacto na vida da criança
Este estudo da Universidade de Durham se junta a outros que buscam entender como a percepção corporal afeta a vida das pessoas em diferentes idades. A pesquisa mostrou que a pressão para ter um corpo magro não afeta apenas as mulheres ocidentais, mas também mulheres de outras culturas. E o mais importante: quanto mais cedo essa pressão começa, mais difícil pode ser para as crianças manterem uma visão positiva sobre seus próprios corpos.
O estudo traz um alerta para todos nós, pais e mães, de como a exposição das crianças à mídia pode influenciar diretamente sua visão corporal. Por isso, é fundamental que estejamos atentos ao conteúdo que nossos filhos consomem, promovendo sempre um ambiente saudável e inclusivo, com uma visão mais realista do corpo humano.
O futuro do corpo humano, na visão das crianças, pode ser muito mais saudável e diverso se nós, como sociedade, ajudarmos a mudar a narrativa desde cedo. Vamos pensar nisso e buscar uma educação mais positiva e inclusiva sobre a imagem corporal para as próximas gerações!