O trágico acidente que levou as vidas do cantor Cristiano Araújo e de sua namorada, Allana Moraes, em 2015, ganha novos contornos após revelações do delegado aposentado Dr. Jorge Lordello. Em entrevista a um podcast Sinider Cast, o ex-policial civil expôs detalhes desconhecidos sobre os fatores que podem ter contribuído para a fatalidade, lançando luz sobre uma decisão imprudente envolvendo modificações no veículo do cantor.
Durante a conversa, Dr. Lordello contou que o motorista e segurança pessoal de Cristiano, Ronaldo, sugeriu uma modificação no veículo, o que acabou se mostrando fatal. O carro do cantor, um modelo de luxo, passou por uma troca nos pneus originais, aro 20, por outros de aro 22. A intenção era melhorar a estética do automóvel, dando-lhe um visual mais alto. No entanto, essa decisão foi tomada sem considerar os riscos envolvidos.
Segundo o delegado, Ronaldo não avisou Cristiano sobre um dos pontos mais críticos da mudança: uma das rodas modificadas tinha 11 pontos de solda. Essa imperfeição comprometeu gravemente a segurança do veículo. “Ronaldo não informou a Cristiano que uma das rodas modificadas tinha 11 pontos de solda, algo que comprometia a segurança do veículo”, revelou Dr. Lordello, enfatizando a seriedade da alteração.
A situação se agravou quando, um dia antes do acidente, o carro foi levado a um lava-jato. Ao suspender o veículo, os funcionários do estabelecimento perceberam a falha na roda soldada. Preocupados, chamaram os responsáveis pelo local, que tentaram alertar Ronaldo sobre o problema. Contudo, essa informação nunca foi repassada a Cristiano Araújo, deixando o cantor inconsciente dos riscos que estava correndo.
Dr. Lordello ressaltou que essa falha de comunicação foi um dos fatores cruciais para a tragédia. Sem saber da imperfeição, Cristiano seguiu sua rotina normalmente, sem imaginar que a modificação do veículo poderia ser fatal.
Na noite de 23 de junho de 2015, Cristiano se apresentou em Itumbiara, Goiás, sem saber que aquela seria sua última performance. Na madrugada do dia 24, ele e Allana retornavam a Goiânia quando o carro, conduzido por Ronaldo, perdeu o controle a uma velocidade impressionante de 170 km/h. A roda, que havia sido modificada, quebrou, resultando na ejetação dos ocupantes.
Allana morreu na hora, enquanto Cristiano, apesar de ser socorrido e levado ao hospital, não resistiu aos ferimentos e faleceu pouco tempo depois. Ronaldo e um empresário, que estavam na parte dianteira do veículo, sofreram apenas ferimentos leves.
A tragédia causou comoção em todo o Brasil, trazendo à tona uma série de questões sobre a segurança do veículo e as escolhas feitas pelas pessoas envolvidas na sua condução. O acidente trouxe à tona também o risco envolvido em modificações não autorizadas e, principalmente, a falta de comunicação sobre questões críticas de segurança.
Dr. Jorge Lordello não poupou críticas à conduta de Ronaldo, que sugeriu a alteração sem alertar Cristiano sobre os riscos. “O papel de Ronaldo, que sugeriu a modificação e não repassou as informações necessárias para o cantor, está sendo investigado”, destacou o delegado, que vem acompanhando de perto o caso, mesmo após sua aposentadoria. A revelação sobre a falha nos pneus e na roda soldada contribui para um entendimento mais claro das circunstâncias que levaram ao acidente.
As investigações agora buscam responder a questões cruciais: até que ponto a troca dos pneus e a falha na solda da roda influenciaram diretamente na perda de controle do veículo? Além disso, por que Ronaldo não repassou as informações sobre os riscos para Cristiano? O caso segue sendo uma lição sobre a importância de priorizar a segurança em veículos e a responsabilidade das pessoas que os conduzem.