A história de Kathelen Tavares, uma gestante que acreditava estar esperando gêmeos, ganhou atenção após um erro nos exames pré-natais levar a um episódio confuso no Hospital Municipal Mariska Ribeiro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do estado, enquanto as autoridades buscam esclarecer as circunstâncias que resultaram no surpreendente nascimento de apenas um bebê, quando a jovem esperava dois.
Na última sexta-feira, 28 de março, Kathelen chegou à unidade de saúde com a expectativa de dar à luz gêmeas. Com base em diversos exames realizados durante o pré-natal, tanto ela quanto a equipe médica estavam convictos de que a gestação era gemelar. No entanto, após o parto, realizado com uma cesariana, a jovem acordou e, para sua surpresa, recebeu apenas um bebê em seus braços. Embora tenha sido informada sobre a entrega de uma filha, o hospital emitiu duas declarações de nascido-vivo.
A confusão durante o parto
Kathelen, mãe de gêmeas, havia se preparado para o nascimento de dois bebês. Em depoimento à mídia, ela relatou o que ocorreu no momento da cesariana: “Me botaram na sala de cirurgia, me mandaram separar duas roupas para dois bebês, tomei anestesia, fiquei deitada, escutei o choro de uma, botaram em cima de mim, eu falei que não aguentava e depois falaram que não tinha outro bebê, não me falaram mais nada”, contou, visivelmente emocionada. A jovem, que chegou ao hospital sozinha, foi surpreendida pela situação, com os familiares chegando apenas após o nascimento.
Este erro médico, que gerou grande repercussão, está sendo cuidadosamente apurado pelas autoridades. A Polícia Civil registrou a ocorrência na 34ª Delegacia de Polícia (DP) de Bangu, e o caso segue em investigação.
Erro nos exames de ultrassonografia
Em entrevista ao Bom Dia Rio, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que o erro ocorrido nos exames de Kathelen foi causado por uma falha na ultrassonografia. Segundo Soranz, o exame indicou que a gestante estava esperando gêmeos, mas, na verdade, ela estava grávida de apenas um feto. “Foi uma cesariana com uma equipe médica completa, com os enfermeiros, e só tinha um bebê e uma única placenta”, afirmou o secretário, esclarecendo que houve confusão no primeiro ultrassom, com uma interpretação errada dos exames.
De acordo com o secretário, o erro se deu devido a uma análise equivocada do saco gestacional e do cardiotoco, que é um exame utilizado para monitorar os batimentos cardíacos do bebê. “A pessoa que fez o exame escutou o batimento em dois pontos diferentes do abdômen”, explicou Soranz. Isso levou à crença de que havia dois fetos, quando na verdade apenas um estava presente no útero.
O impacto na gestante e na família
A revelação do erro gerou um grande impacto emocional em Kathelen, que, após ouvir os choros de um bebê, acreditava estar lidando com o nascimento de gêmeos. A confusão também afetou os familiares, que estavam à espera do nascimento de dois filhos, mas se depararam com a notícia de que apenas um bebê havia sobrevivido ao parto.
O caso gerou uma série de questionamentos sobre os protocolos médicos adotados durante o acompanhamento pré-natal. A gestante, que já é mãe de gêmeas, confiou nos resultados dos exames realizados ao longo de sua gestação e se preparou para o nascimento de dois bebês. Essa confiança foi abalada pela falha no diagnóstico, que levou à grande surpresa e frustração de toda a família.

Investigação
O caso está sendo tratado com a máxima seriedade pelas autoridades, que buscam entender os detalhes desse erro médico e garantir que não haja omissões no acompanhamento da gestação de Kathelen. A Polícia Civil, que registrou o ocorrido na 34ª DP de Bangu, investiga agora se houve negligência por parte da equipe médica envolvida nos exames de ultrassonografia e se o hospital seguiu os protocolos necessários para confirmar o número de fetos.
A investigação também pode abranger a conduta da pessoa responsável pela realização da ultrassonografia, já que, como relatado pelo secretário de Saúde, a interpretação equivocada do exame foi um fator crucial no desenvolvimento do erro.
Expectativa por esclarecimentos
Até o momento, Kathelen segue com sua filha recém-nascida, enquanto a polícia continua a coletar informações para esclarecer o que ocorreu. A gestante, que vivenciou uma situação angustiante, aguarda respostas sobre o erro que alterou profundamente a experiência do nascimento de seu filho.
O caso também levanta discussões sobre a importância de um acompanhamento rigoroso durante a gestação, com o objetivo de evitar falhas nos exames e garantir a tranquilidade dos pais durante a espera pelo nascimento de seus filhos. Erros como o ocorrido com Kathelen podem gerar sérios danos emocionais e psicológicos, por isso a precisão dos diagnósticos é essencial.










