Diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023, Preta Gil travou uma batalha intensa pela vida até sua morte, aos 50 anos, em julho de 2025. Desde o início, a artista procurou os recursos mais modernos da medicina, passando por tratamentos de alta complexidade tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A trajetória foi marcada por cirurgias delicadas, terapias experimentais e o uso de tecnologias que permitiam mais conforto durante o processo.
Logo após a descoberta da doença, Preta iniciou sessões de quimioterapia. Pouco tempo depois, enfrentou uma infecção grave que quase a levou à morte. “No dia 23, eu passei por uma septicemia, por um choque séptico, causado por uma bactéria que entrou no meu organismo. […] A mais latente, a que os médicos acham que pode ter sido, foi através do meu cateter, que eu fazia quimioterapia”, explicou na época.
Cirurgias, quimio e radioterapia: uma batalha em várias frentes
Além das oito sessões de quimioterapia, Preta também passou por histerectomia total abdominal, uma cirurgia de grande porte que envolveu a retirada do tumor e do útero. Em determinado momento do tratamento, chegou a comemorar a ausência de células malignas. No entanto, a jornada estava longe de terminar.
A cantora também foi submetida a sessões de radioterapia e a uma cirurgia reconstrutiva intestinal. Esse procedimento permitiu a retirada da bolsa de ileostomia temporária e o restabelecimento parcial das funções do trato digestivo.

Recidiva e uso de tecnologia para tratar em casa
Em agosto de 2024, a doença retornou, atingindo novas áreas do corpo. O quadro foi classificado como recidiva. Para enfrentá-lo, Preta passou a utilizar uma bomba portátil de quimioterapia, tecnologia que permitia que o tratamento fosse realizado fora do hospital. O equipamento proporcionava mais autonomia e menos impacto na rotina.
No mesmo período, a cantora também precisou ser submetida a uma cirurgia de urgência para corrigir um problema no cateter urinário.
Cirurgia de 21 horas e protocolo experimental nos EUA
Diante da progressão da doença, Preta decidiu buscar alternativas nos Estados Unidos. Em dezembro de 2024, foi submetida a uma cirurgia de 21 horas, em que os médicos removeram cinco tumores e implantaram uma bolsa de colostomia definitiva. As áreas atingidas incluíam linfonodos, o peritônio e o uréter, estruturas fundamentais para a imunidade, o sistema urinário e a proteção dos órgãos abdominais.
Após dois meses de internação, ela passou a fazer acompanhamento ambulatorial, mas voltou a ser hospitalizada em abril de 2025 para novos exames e aplicação de medicamentos específicos. Em maio, viajou novamente aos EUA em busca de um protocolo experimental, já que as opções tradicionais haviam sido esgotadas.
Uma luta corajosa até o fim
Foi durante essa nova tentativa de tratamento, em Nova York, que Preta Gil faleceu. Seu pai, Gilberto Gil, foi o responsável por anunciar publicamente a perda, afirmando que estava cuidando dos trâmites para trazer o corpo de volta ao Brasil.
A história de Preta é marcada por coragem, transparência e um desejo contínuo de lutar pela vida, mesmo diante dos desafios mais difíceis da medicina.