O Brasil começou a vender nesta segunda-feira (25/8) o primeiro medicamento injetável de longa duração para a prevenção do HIV. Chamado comercialmente de Apretude, o cabotegravir promete facilitar a vida de quem busca se proteger contra o vírus, já que é aplicado apenas uma vez a cada dois meses, ao contrário da PrEP oral, que exige o uso diário de comprimidos.
Segundo um estudo publicado na revista Value in Health, o uso do cabotegravir tem o potencial de evitar cerca de 385 mil novas infecções por HIV nos próximos dez anos no país. Além dos benefícios diretos à saúde da população, isso pode representar uma economia de R$ 14 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), graças à redução dos custos com tratamento.

Quem pode usar o novo medicamento?
O cabotegravir é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos, que tenham peso mínimo de 35 kg e estejam em risco de contaminação por meio de relações sexuais. A aplicação é feita por profissionais de saúde, por meio de uma injeção intramuscular de 600 mg nas nádegas, a cada dois meses. Antes disso, é necessário passar por uma fase inicial com duas doses aplicadas mensalmente.
Os testes clínicos envolveram mais de 7,7 mil pessoas em 13 países e mostraram que o cabotegravir é mais eficaz do que a PrEP oral. Em dois desses estudos, os testes foram encerrados antes do previsto, devido à clara vantagem da versão injetável na prevenção da infecção pelo HIV.
Disponível na rede privada (por enquanto)
No setor privado, cada dose custa cerca de R$ 4 mil, valor que pode variar de acordo com a região e o ponto de venda. A distribuição é feita pela Oncoprod, com possibilidade de entrega direta ao consumidor. A farmacêutica GSK/ViiV Healthcare já está em negociação com o Ministério da Saúde para incluir o medicamento na rede pública.
“Essa nova opção de prevenção representa um avanço importante na luta contra o HIV, especialmente para pessoas que têm dificuldade de manter o uso diário da PrEP oral”, afirmam especialistas da área de infectologia.










