Um estudo apontou que tomar menos de uma bebida alcoólica por semana durante a gestação, já é o suficiente para alterar o cérebro fetal de maneiras que podem levar a problemas quando a criança nasce, como déficits de linguagem.O estudo ainda não publicado , a ser apresentado na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte na próxima semana, usou imagens do cérebro fetal para ver em tempo real como o consumo de álcool por pacientes grávidas pode afetar regiões-chave do cérebro em desenvolvimento.
De acordo com a pesquisa, a bebida ocasional pode retardar o desenvolvimento do cérebro fetal e alterar a parte do cérebro que ajuda as crianças a desenvolver habilidades sociais, interpretar imagens e sons e compreender a linguagem.
Os autores do estudo disseram que sua pesquisa é a primeira a usar esse tipo de tecnologia para ver exatamente quando e onde a exposição ao álcool começa a afetar o cérebro em desenvolvimento. “Pode ser um risco muito pequeno associado a cada copo que você bebe durante a gravidez, mas nunca se sabe se esse pode ser o que o leva ao limite”, disse a co-autora Dra. Marlene Stuempflen ao Insider.
Os pesquisadores acompanharam 24 cérebros de 500 iniciais para eliminar fatores de confusão. Para conduzir o estudo, os médicos da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, reuniram um grupo de 500 mulheres que estavam recebendo ressonância magnética fetal por várias razões clínicas. Eles então reduziram esse grupo para 51 que disseram ter consumido álcool durante a gravidez em um questionário anônimo. Isso é cerca de 10%, o que está de acordo com estimativas anteriores de quantas grávidas bebem.
Os médicos então as grávidas cujos fetos podem ter estruturas cerebrais anormais devido a outras razões além do álcool, como problemas cardíacos, anomalias genéticas ou erros de imagem.”Realmente colocamos ênfase na geração de um conjunto de dados e coleta de pacientes muito estruturados e imparciais”, disse Stuempflen.
Os autores do estudo descobriram que os cérebros fetais de grávidas que bebiam estavam se desenvolvendo significativamente mais devagar do que os cérebros de não bebedores da mesma idade gestacional. Eles também descobriram que o sulco temporal superior direito, que desempenha um papel na empatia, tomada de perspectiva , percepção da linguagem e muito mais, era mais raso.
Especificamente, os médicos notaram que os cérebros fetais dos bebedores eram mais suaves e simétricos, enquanto os cérebros com desenvolvimento normal tinham mais dobras e um hemisfério crescia antes do outro. “A coisa mais surpreendente para mim foi que os fetos expostos a uma quantidade relativamente baixa de álcool desenvolveram esse cérebro simétrico”, disse o principal autor do estudo, Dr. Patric Kienast, ao Insider. “Isso significa que, com menos de um drinque por semana, já vimos esses efeitos.”
