Quando nos tornamos pais ou trabalhamos diariamente com crianças, são inúmeras as preocupações que surgem sobre seu desenvolvimento, bem-estar e segurança. O acontecimento recente, envolvendo o Dalai Lama, que ganharam imensa repercursão na mídia e nas redes sociais, fez suscitar outras angústias e medos, dessa vez, relacionados a abusos ou pedidos inadequados que adultos podem fazer para nossos pequenos.

Essa questão se potencializa quando pensamos em crianças autistas, pois a dificuldade delas está justamente na comunicação social: interpretar ações e falas, conseguir pedir ajuda, relatar eventos passados aos pais. Quando perguntamos a eles, por exemplo “como foi a escola hoje”, poucos são os que conseguem relatar, principalmente os mais novos e os que têm atrasos cognitivos e intelectuais. Essas crianças, portanto, são mais vulneráveis e estão no grupo de risco para esses abusos.
Infelizmente, é impossível ficarmos o tempo inteiro em cima dos nossos pequenos como realmente gostaríamos. Para ajudar a proteger crianças que estão no espectro autista com ou sem deficiência intelectual associada, podemos fazer uso de alguns recursos. O principal deles é o recurso visual. Crianças autistas se beneficiam muito de explicações com imagens. Associado a materiais concretos e visuais, seguem algumas dicas para a conversa com seu pequeno:
- Introduza essa questão no dia a dia, sempre que tiver oportunidade, pois a repetição traz entendimento, generalização e ajuda na interpretação da informação. Aproveite a hora do banho para mostrar as partes íntimas e ensinar a própria criança a se limpar. Diga que os pais ou cuidadores podem mexer somente para ajudar a limpar.
- Comece explicando as partes do corpo. Ensine a nomear e a identificar quando você diz o nome.
- Explique quem e o que podem ou não fazer com o corpo dele.
- Explique que a criança também não pode mexer nas partes íntimas do corpo de outras pessoas.
- Ensine a se afastar e pedir ajuda a um adulto se uma dessas situações ocorrer.
- Use poucas palavras para explicar. Se a criança não é verbal, mostrar as imagens e usar uma ou, no máximo, duas palavras para explicar. Se a criança fala palavrinhas soltas, usar duas ou três. Só usar frases inteiras com crianças verbais.
- Não usar metáforas, duplo sentido ou palavras “disfarçadas”. Por exemplo: “Se alguém vier com a mão boba…”. Os autistas são literais e se beneficiam muito da verdade sendo dita da maneira mais simples possível.
Confira um material que foi confeccionado com imagens e histórias visuais justamente para servir de auxilio nessa missão. Todos podem baixar e fazer uso. Espero que ajude muitas crianças!
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