Na quarta-feira, 12 de abril, um jovem de 15 anos, Lucas Fleck faleceu após inalar o gás de um desodorante no Colégio Agrícola de Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele foi encontrado por um colega de quarto. Ao avistar o amigo desacordado, o estudante tentou técnicas de reanimação cardíaca e chamou um inspetor, que solicitou uma ambulância.
De acordo com o delegado do caso, Rodrigo de Souza da Delegacia do Adolescente da 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu, a atitude de Lucas não está ligada a nenhum desafio das redes sociais, ele também alega que a prática de inalar o gás era um costume do adolescente, informou a autoridade ao portal “O Presente”.
Outros dois colegas de quarto do jovem admitiram já ter inalado o gás mas que não fizeram isso na noite em que o amigo faleceu. Ele foi encaminhado para o Hospital de Foz do Iguaçu e mesmo com as tentativas do atendimento médico, o adolescente não resistiu. No mesmo colégio, outro jovem faleceu no dia, após sofrer um acidente de carro e não possui relação com o caso.
Em nota o Nucléo Regional de Educação (NRE), se comoveu com o caso e prestou solidariedade aos familiares, amigos e corpo docente da instituição escolar: “Nossos pensamentos estão com a comunidade escolar do Colégio Agrícola, às famílias e aos amigos neste momento de dor.”
O colégio suspendeu as aulas desta quinta-feira: “Neste momento tão difícil sejamos todos fortes, nos acolhendo, nos apoiando e nos amparando”, escreveu a instituição em uma publicação nas redes sociais.
A Polícia Civil abriu também uma investigação sobre uma possível omissão de socorro para acionar a equipe médica no caso.
Desafio do desodorante
Mesmo o caso não tendo relação com um antigo desafio das redes sociais, o ocorrido chama a atenção para uma tendência que viralizou na internet anos atrás, que consistia em a pessoa inalar o gás do produto, provocando a morte de algumas crianças e adolescentes.
O caso mais recente ocorreu na Austrália, em que Esra Haynes, de 13 anos faleceu ao tentar inalar o gás do aerossol, ela faleceu no último sábado, dia 8 de abril. Ao jornal australiano Herald Sun, os pais de Esra, Paul e Andrea contaram que a grande causa da vida deles agora passou a ser alertar as pessoas sobre os perigos dos gases dentro de latas aerossol: “Queremos ajudar outras crianças a não cair na tentação de fazer uma coisa boba que pode destruir as vidas deles. Sem dúvidas essa será nossa missão de vida. Não é algo que ela teria feito sozinha se não tivesse visto na internet”, disse o pai da jovem.
No Brasil, o desafio chamou a atenção das autoridades e dos pais em 2018, quando Adrielly Gonçalves, de 7 anos, faleceu em São Bernardo do Campo, em São Paulo, após inalar o gás.
Outro caso que também ganhou muita repercussão aconteceu em 2022, em Belo Horizonte, Minas Gerais, quando um menino de 10 anos também faleceu após praticar o desafio.
De acordo com a psicóloga Betty Monteiro, mãe de Gabriela, Samuel, Tarsila e Francisco, uma criança não deve ter acesso às redes sociais, o que evitaria que desafios como esses se disseminassem. “Paras as crianças, a internet é um mundo muito vasto de coisas novas. Caso elas tenham acesso, deveria ser monitorado a todo o momento pelos pais, para que possam controlar esse conteúdo. É uma idade onde são facilmente influenciados e se impressionam muito fácil”, por isso o cuidado dos pais e o controle sobre o que os filhos olham na internet é fundamental para evitar casos como esses.
