Que toda atenção é necessária com as crianças, todos sabem. São em momentos de distração que acontecem as tragédias, e não foi diferente com Sarah Philpott, que presenciou o quase afogamento de seu filho enquanto checava as notícias do dia. Sarah é escritora e mãe de quatro filhos, segundo seu relato, seu bebê de um ano quase se afogou em um tanque de peixes.
“Essa é uma daquelas histórias pessoais que me dói expor. Mas eu espero que isso ajude as pessoas a terem certeza de que as suas conexões cara a cara estão postas acima das virtuais”, desabafou Sarah na comunidade virtual Today Parenting Team.

Sarah contou que tudo aconteceu na fazenda da família, em Tennessee, e que Beckhan estava brincando de correr pelo milharal, enquanto a mãe fazia seus trabalhos. “Meus olhos iam para as abóboras, para a mesa, para as crianças e vice-versa. Mas o meu telefone também estava perto e chamou atenção para pegá-lo”, comentou.
Após o momento de distração, ela relata que ouviu o grito de sua filha Sophie, de quatro anos, e quando correu até o local, encontrou a filha segurando a parte de trás do pijama do bebê, que acabou caindo dentro da lagoa de peixes. Após o acidente, Sarah relata que pensou “E se Sophie não estivesse lá? E se ela não fosse tão independente e capaz? E se…?”, escreveu. A mensagem a que mãe passou é de atenção e cuidado com as crianças, são em segundos que tragédias acontecem.
Afogamento infantil: como prevenir esse tipo de acidente
No Brasil, os afogamentos são a segunda causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos*. E a grande maioria deles acontece quando ignoramos os riscos e não respeitamos os limites. Como as crianças não têm maturidade e nem noção do que pode ser perigoso ou não, cabe aos pais e responsáveis orientar e supervisionar o tempo todo. Especialmente porque o afogamento nem sempre acontece só em piscinas ou praias.
As crianças, principalmente as menores, podem se afogar em baldes, bacias e até no vaso sanitário. Quando são pequenas, a cabeça e os membros superiores das crianças são mais pesados que o restante do corpo. Fica fácil perder o equilíbrio, cair e depois não saber como levantar. Por isso mesmo, todo cuidado é pouco.
“Cuidar não é só ficar olhando. É muito mais do que isso. Para tomar conta mesmo, é preciso abrir mão da diversão, do celular… Porque, depois que o acidente acontece, não tem mais volta”, alerta o pediatra Marco Antônio Chaves Gama, pai de Bruno e Gabriela e presidente do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Apesar de comum, o afogamento infantil pode ser evitado com atitudes muito simples. O primeiro passo é sempre supervisionar e orientar sobre os riscos. A seguir, listamos o que você pode fazer para manter seu filho em segurança:
- Evite deixar brinquedos perto da piscina ou dentro d’água. Eles podem chamar a atenção das crianças e fazer com que elas se arrisquem para pegá-los. Assim que acabar a brincadeira, recolha tudo;
- Antes de entrar na água, explique sobre os riscos de ralos e bombas de sucção. Mostre para a criança onde eles estão localizados naquela piscina. Se seu filho tem o cabelo mais comprido, prenda num rabo de cavalo ou use touca de natação;
- Explique que brincadeiras de empurrar, pular e prender a respiração debaixo d’água não são legais e nunca devem ser feitas;
- Se possível, instale barreiras que dificultem o acesso à piscina. Podem ser cercas, muros ou portões, que de preferência possam ser fechados com chaves ou cadeados. As capas de piscina até garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes;
- Para crianças menores de 6 anos, prefira escolas e creches sem piscina.
Essas dicas de proteção são focadas para evitar casos de afogamentos atrelados à piscinas – na sua casa ou em outro local que você frequenta com a sua família. Veja mais sobre o assunto, como evitar esse tipo de acidente e o que fazer caso o seu filho se afogue.