A morte de Cid Moreira, um dos ícones do jornalismo brasileiro, aos 97 anos, não trouxe apenas tristeza aos fãs e admiradores, mas também gerou um intenso conflito familiar. Seus filhos, Roger Naumtchyk e Rodrigo Moreira, tomaram a decisão de não comparecer ao velório do pai e, em vez disso, optaram por acionar a Justiça para abrir o inventário dos bens deixados pelo jornalista. A disputa gira em torno da administração da herança e do papel da viúva, Fátima Sampaio, que também é uma figura central nesse drama familiar.
De acordo com informações do Notícias da TV, os herdeiros apresentaram uma série de acusações contra Fátima, a quem acusam de maus-tratos e de supostamente desviar bens do apresentador. A situação se complicou ainda mais quando Roger e Rodrigo alegaram estar em situação de pobreza, afirmando não ter condições financeiras de arcar com as despesas legais do processo. O pedido foi feito apenas algumas horas após a morte de Cid Moreira ser anunciada, refletindo a urgência e a gravidade da situação.
As alegações de Roger e Rodrigo são severas. Eles afirmam que a viúva insinuou, em uma entrevista no programa Encontro com Patrícia Poeta, que seus filhos não compareceriam ao velório por motivos que poderiam ser interpretados como desprezo ou indiferença. O advogado da dupla argumentou que essa declaração prejudica a imagem dos filhos e demanda uma resposta legal. Agora, Roger deverá apresentar à Justiça um possível testamento deixado por Cid, caso exista, para que a divisão dos bens possa ser definida de acordo com a vontade do falecido.
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No Brasil, a legislação sobre herança é clara. A viúva, Fátima Sampaio, é considerada meeira, o que significa que tem direito à metade dos bens adquiridos durante a união, independentemente de qualquer testamento. Já os filhos são considerados herdeiros legítimos, com direito à outra metade, o que, no caso de Cid Moreira, equivaleria a 25% para cada um deles. No entanto, a divisão da herança poderá ser influenciada por qualquer testamento que o apresentador tenha deixado. Na ausência desse documento, a legislação determina uma ordem específica de herança, começando pelo cônjuge, seguido pelos filhos, irmãos e outros parentes.
Morte de Cid Moreira
Cid Moreira faleceu na manhã de quinta-feira, dia 3, em decorrência de complicações renais. Ele estava internado no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, onde lutava contra a insuficiência renal e outras condições de saúde que o afetaram nas últimas semanas. Em uma entrevista, o médico Nélio Gomes Júnior, responsável pelos cuidados do jornalista, explicou que Cid estava em tratamento de diálise em casa para maior conforto. Além dos problemas renais, Cid enfrentou uma infecção urinária e periodontite, complicações que contribuíram para seu estado de saúde debilitado.
“Ele já tinha 97 anos, era uma idade avançada, e chegou com um quadro de insuficiência renal. Fazia diálise em casa, até por uma questão de conforto”, afirmou o médico, destacando a gravidade do quadro clínico que levou à sua morte.
A figura de Cid Moreira não se limita ao seu papel como apresentador. Ele foi um pioneiro do jornalismo no Brasil, tendo sido o primeiro âncora do Jornal Nacional. Sua voz marcante e sua presença na televisão deixaram uma marca indelével na história da mídia brasileira. O anúncio de sua morte causou uma onda de homenagens nas redes sociais, onde fãs e colegas expressaram seu pesar pela perda de um grande comunicador.
