Mais de um bilhão de fumantes no mundo em 2019. Os dados, que foram publicados pela revista científica The Lancet, mostra um cenário pré-pandêmico em que os pesquisadores analisaram a população de mais de 204 países diferentes ao redor do globo. Dito isso, fica a questão: quem são as pessoas que estão do lado desse bilhão de tabagistas?
Agosto é o mês de prevenção ao câncer de pulmão e levanta um alerta. O hábito de fumar não se limita a pessoas que não convivem com crianças – muitos delas, inclusive, convivem com uma ou várias delas dentro de casa. Fumar onde se mora com a família é algo comum para vários lares. E, embora o risco que o tabagismo traz para a saúde do fumante seja claro, é necessário lembrar que quem convive com essa fumaça também sofre – principalmente bebês e crianças.
Quem é fumante passivo tem de lidar com diversos efeitos causados pela fumaça do cigarro. De imediato, tosse, dor de cabeça, irritação nos olhos, sintomas nasais e aumento de infecções respiratórios são os primeiros sintomas que quem convive com pessoas que fumam passam a ter. Quando falamos de bebês e crianças que são fumantes passivas, o buraco é mais embaixo: “Eles chegam a consumir o equivalente a 4 cigarros por dia e têm um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão do que alguém não exposto à fumaça”, conta o Dr. Eduardo Rosset, pediatra e pneumologista, pai de Sophia e Carolina.
Em bebês que convivem com fumantes há um risco cinco vezes maior de sofrerem com a Síndrome da Morte Súbita Infantil. Até um ano de idade, também existem maiores chances de desenvolverem doenças pulmonares – isso proporcional ao número de fumantes com quem ele convive. Crianças fumantes passivas têm mais quadros de resfriados e infecções de ouvido, além de correrem mais riscos de desenvolverem doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e intensificação da asma.
“A fumaça do cigarro também provoca a toxicidade nas pessoas que estão ao redor, que a gente chama de fumantes passivos. E sim, a gente calcula o risco dependendo da exposição, então, o número de cigarros consumidos por ano. Obviamente o fumante passivo ele está exposto a uma quantidade de substâncias menores do que quem fuma, mas sim, o fumante passivo também tem um aumento do risco do desenvolvimento de câncer”, ressalta a Dra. Mariana Laloni, oncologista do Grupo Oncoclínicas.
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A fumaça de cigarro eletrônico pode fazer mal para a criança?
“Mesmo que o vapor passivo não seja considerado prejudicial para os outros, as preocupações com a família, os amigos e todas as outras pessoas devem ser respeitadas. Mas, se uma criança ou um adulto da casa tiver asma, o ideal é evitar o vapor passivo, já que sabemos que o propilenoglicol e alguns aromas podem irritar as vias aéreas”, explica o pneumologista pediátrico.
