Jéssica Victor Guedes era enfermeira e estava grávida de seis meses, quando faleceu em 2019. Ela estava a caminho do próprio casamento, quando sofreu uma morte cerebral. Os médicos conseguiram salvar a criança, que nasceu com 1 quilo e 34 centímetros.
Na época, o tenente da Policia Militar de Itu (SP), fez um vídeo cantando a música que a noiva tinha escolhido para entrar na igreja para a filha Sophia. Após um ano do acidente, ele resolveu se mudar para o interior e realizar o sonho da companheira.
Desde o dia de sua perda, ele passou a escrever textos expondo seus sentimentos no Instagram. Para ele, as palavras eram uma forma de conforto para seus amigos e familiares e para si. “Fiquei muito tempo com a Sophia na UTI e não podíamos receber visitas. Então, os textos passaram a ser uma forma de diário para tranquilizar minha família e meus amigos. Eu falava sobre como estavam sendo os dias no hospital e como a minha filha estava evoluindo”, contou em uma entrevista ao G1.
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Esses textos começaram a ser compartilhados por outras pessoas e sua conta cresceu, atingindo milhares de pessoas, elas acompanharam a rotina de Flávio e Sophia. “Foi então que comecei a receber vários comentários de amigos e conhecidos que diziam para eu publicar um livro, porque meus textos e minhas palavras confortavam as pessoas. E eu resolvi ir em frente com a ideia. Pensei que poderia ajudar outras pessoas que passaram por alguma perda, assim como eu passei”, disse para o portal.
Flávio cursou Letras na Universidade de São Paulo (USP), mas desistiu do curso ao entrar para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Foram oito meses até trabalho até a publicação do trabalho final. “É um livro para tocar as pessoas. Ele foi escrito pra falar com as mães, com os pais, e com pessoas que sofreram perdas. Eu, durante todo esse tempo, me coloquei muito no lugar das mães, no universo feminino e aprendi muito com isso. Quero mostrar pras pessoas que há um motivo pra seguir em frente”, contou ao G1.
O livro vai ser publicado na semana do dia 23 de novembro e, de acordo com o tenente, essa data foi pensada com muito carinho, porque novembro é o mês do prematuro.
Ele explica que: “A prematuridade é a maior causa da mortalidade infantil e de sequelas no bebê. Pensando nisso, parte da venda dos livros será revertida para a ONG Prematuridade.com, que tem sede em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, mas abrange todo o território nacional”.
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