Marcos Levi Ruiz Pontes teve 100% do rosto queimado em um acidente doméstico quando tinha apenas 10 meses. Parte do tratamento do menino é o uso de uma malha compressiva, que alivia as cicatrizes e o modelo de corpo todo pode chegar a custar R$ 1 mil. Em uma arrecadação online, a família conseguiu juntar dinheiro suficiente para realizar o sonho do menino, agora com 3 anos, de ter a malha compressora do uniforme do super-herói Homem Aranha.
Ao todo, foram arrecadados R$ 40 mil com a ajuda dos artistas plásticos Elicleusa dos Cavalcante Soares, conhecida como Leila Graffiti, e Ulisses Cavalcante Soares, o Wilis Graffiti. A mãe do menino, Alice dos Santos Ruiz, de 19 anos, está desempregada e não tinha condições de pagar pela malha compressiva, que não é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Perguntei qual ele queria e ele disse que era do Homem Aranha. Ele é fanático!”, contou ao G1.
A campanha ficou no ar durante cinco meses. “Agora vamos poder fazer não só uma, mas várias malhas para ele, vamos mostrar para todos que dá para ajudar”, disse Wilis ao portal.
O acidente
O menino, que mora no Guarujá, litoral de São Paulo, com a família, teve 100% da cabeça queimada após um acidente doméstico com uma panela de óleo quente. A criança já passou por oito cirurgias e segundo a mãe, ele ficou com cicatrizes em 30% do corpo, necessitando usar uma roupa compressora para tentar aliviar as marcas. “Ele nunca tinha engatinhado e começou naquele dia. Foi em direção ao fogão e ficou em pezinho. Nisso, ele agarrou na panela, que caiu com óleo quente nele”, ela disse.
Na época, o garoto foi encaminhado para um hospital de São Paulo, onde recebeu atendimento de emergência. O óleo quente atingiu parte do peito, braços e 100% da cabeça. Marcos ficou internado por cerca de três meses e, durante esse período, teve que passar por oito cirurgias de enxerto de pele (um procedimento cirúrgico que envolve a remoção da pele de uma área do corpo e o ato de movê-la ou transplantá-la para uma área diferente do corpo), removendo a pele até da perna. “Foi um milagre ele ter sobrevivido às queimaduras. Ninguém me dava esperanças, nem os médicos”, afirma a mãe.
Atualmente, o menino passa por acompanhamento com um médico cirurgião a cada três meses, na Capital de São Paulo, para saber como estão as cicatrizes e se as marcas estão melhorando. “A previsão é de que ele passe por uma nova cirurgia com quatro anos. Provavelmente será capilar, também para desgrudar a axila, que ele ficou com um pedacinho do braço grudado no peito, e para tirar as queloides”, explica. Apesar do acidente, a mãe conta que o filho vive muito bem e não sente dores. “Como qualquer criança normal. Não tem dores, não perdeu movimentos”.
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