Sabe-se que a cavidade uterina não é estéril e que milhares de bactérias compõem o microbioma uterina, que deve estar em perfeita harmonia para o funcionamento adequado da função reprodutiva uterina. A flora endometrial ou microbioma é a totalidade dos microorganismos e seu material genético coletivo presente no endométrio. Um endométrio saudável é rico em bactérias do grupo dos lactobacilos e que impede o crescimento de bactérias patogênicas, evitando infecções uterinas.
A infertilidade pode ser provocada por infecção bacteriana, que muitas vezes não é percebida pela mulher. Ela pode ser causada quando há uma quantidade excessiva de certos micro-organismos que provocam o desequilíbrio bacteriano na cavidade uterina e essas bactérias patogênicas podem causar endometrite crônica.
Segundo estudos, a doença afeta aproximadamente 30% das mulheres com diagnóstico de infertilidade, enquanto a prevalência em pacientes com Repetidas Falhas de Implantação (RIF) e Perda Gestacional Recorrente (RPL) pode chegar a 66%. E muitos casos em que não se encontra a causa da infertilidade, a endometrite crônica pode ser a única causa e logo após o tratamento adequado, a gravidez pode ocorrer, de forma espontânea ou após tratamentos de fertilização in vitro.
O diagnóstico
O diagnóstico de endometrite crônica pode ser realizado através de uma biópsia do endométrio, por meio da histeroscopia ou diretamente através da passagem de um fino cateter.
Com esse fragmento de endométrio, é possível avaliar a presença do aumento das células do sistema imunológico evidenciando endometrite crônica. Mais recentemente, surgiram dois exames (chamados EMMA e ALICE) que são capazes de diagnosticar se a flora bacteriana do endométrio está adequada e também a presença de bactérias causadoras de endometrite.
Nesses casos, é possível restabelecer a flora microbiana com tratamentos específicos, com uso de antibióticos e probióticos contendo os lactobacilos próprios da cavidade uterina saudável.
Esses exames são indicados nos casos de infertilidade sem causa aparente, falhas de fertilização in vitro e nos casos de aborto de repetição.
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