Soluções simples para questões complexas. Os tópicos sobre infertilidade na internet recaem muitas vezes em uma lista de conselhos e sugestões equivocadas. O casal tentante, tomado por diversas emoções nesse processo para ter um filho, acaba sendo um alvo para essas informações falsas.
Seja um alimento isolado, suplemento, shot ou complexo vitamínico, nenhum deles é capaz de dar conta de um problema complexo como a infertilidade. Se queremos entender o papel da dieta na fertilidade (e ele é bem estabelecido), é importante olhar para a alimentação como um todo, o padrão alimentar, e não um alimento sozinho. Não existe um superalimento milagroso, mas a saúde reprodutiva agradece se você consumir frutas, verduras e macronutrientes na porção ideal e individualizada.
A ideia de um superalimento deve ser tão combatida quanto o conceito de “medicalização dos alimentos”. Alimentos nutritivos são benéficos para a saúde geral, mas a interação entre eles em uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, é mais benéfica do que concentrar todas as fichas em “superalimentos” específicos.
Suplementos nutricionais também não são milagrosos. Eles devem ser indicados por especialistas para que possam desempenhar um papel no tratamento das deficiências nutricionais. Eles não substituem os benefícios de uma dieta equilibrada, mas a complementam.
Juntar dois ou três compostos em um produto manipulado também não é a chave para vencer a infertilidade. Mesmo que a fórmula seja natural e conte com vitaminas, isso pode trazer sérios riscos à saúde. A Hipervitaminose pode ser um problema sério. E, enquanto isso você perde algo precioso: tempo.

Para a mulher, tempo é óvulo – já que a idade é uma bomba-relógio e diminui gradativamente a fertilidade afetando a quantidade e a qualidade dos óvulos. Nada substitui uma consulta médica com um especialista.
Problemas complexos podem exigir intervenções complexas. Estimulação hormonal, técnicas de reprodução assistida e mudança de estilo de vida podem ser necessárias.
Além disso, é preciso considerar que a infertilidade nem sempre tem uma única causa ou está relacionada apenas à mulher. Fatores masculinos, condições genéticas, distúrbios hormonais e até questões emocionais podem estar envolvidos. Reduzir esse cenário a dicas simplistas disseminadas nas redes sociais não apenas desinforma, como também perpetua estigmas e frustrações.
Abordagens sérias exigem investigação clínica, exames detalhados e um plano terapêutico construído com base na ciência — não em promessas genéricas.
Por esse motivo, é fundamental procurar um médico especialista em reprodução humana, que poderá indicar tratamentos que tenham sua eficácia comprovada com maiores taxas de sucesso, como é o caso da inseminação artificial e da fertilização in vitro (FIV).