A partir de 25 de maio de 2025, Saturno dá seus primeiros passos em Áries. Pouco depois, em 7 de julho, é a vez de Urano iniciar sua travessia por Gêmeos. Dois planetas lentos, que marcam gerações, entrando em signos de início, movimento e juventude. O céu se renova — e com ele, nós também.
Esses trânsitos não acontecem apenas lá fora. Eles nos atravessam, nos convocam, e muitas vezes se fazem sentir nas pequenas cenas do cotidiano.
Áries é o signo do “eu sou” — da identidade que começa a se formar. Quando Saturno passa por ele, somos convidados a olhar com coragem para os nossos próprios modelos de autoridade: o que herdamos dos nossos pais e o que queremos perpetuar nos nossos filhos?
Já Urano, ao entrar em Gêmeos, bagunça o que estava rígido, desconstrói o que era automático. Talvez seja hora de trocar os discursos prontos por perguntas sinceras.

No olhar sistêmico, Saturno representa a ordem, o tempo e a autoridade — aquele que estrutura, que dá contorno, mas que também, muitas vezes, está repetindo padrões antigos sem perceber. Urano é o chamado da alma livre, o rompimento com o que já não faz sentido, o movimento de libertação. Juntos, eles formam uma dança entre responsabilidade e espontaneidade. Entre raízes e asas.
Para os pais, isso significa um convite profundo: educar com firmeza, mas sem rigidez. Permitir o novo, sem perder o chão. Abrir espaço para que os filhos expressem quem são, ao mesmo tempo em que oferecemos a segurança de uma presença sólida.
E para os filhos… talvez seja a chance de crescerem em um ambiente onde autoridade também possa ser presença amorosa. Onde a escuta é tão importante quanto a palavra. Onde limites são necessários para o aprendizado da vida, mas com respeito e leveza.
Como tudo na vida, criar filhos nesse novo tempo também é um exercício de equilíbrio. E talvez o maior presente desses trânsitos seja justamente esse: perceber que, quando nos transformamos, damos a eles — e a nós mesmos — a liberdade de sermos inteiros.