Publicado em 28/01/2019, às 16h13 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h37 por Redação Pais&Filhos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) demorar para dar o primeiro banho de um recém-nascido pode trazer muitos benefícios para o bebê. Alguns estudos já comprovaram que o vérnix- substância branca e gordurosa que cobre o corpo da criança após o parto contém proteínas antibacterianas que protegem a epiderme do bebê de infecções.
Entretanto um novo estudo foi feito e constatou que essa prática também influencia a amamentação do bebê. O hospital O Cleveland Clinic Hillcrest Hospital, na cidade de Mayfield Heights, em Ohio, Estados Unidos, tinha a política de dar banho nos recém-nascidos após duas horas do parto. Após muitas reclamações e pedidos para que esse protocolo fosse atrasado, Heather Condo DiCioccio, especialista em desenvolvimento profissional de enfermagem, decidiu, junto com seus colegas, investigar e descobriu algo surpreendente.
O estudo liderado por DiCioccio e publicado no Journal of Obstetric, Gynecologic & Neonatal Nursing, continha 996 mães. Entre elas, 448 seguiram a política do hospital, e esperaram apenas duas horas para dar banho em seus bebês. E 548 atrasou o primeiro banho em pelo menos 12 horas.
Ao comparar os dois grupos os pesquisadores descobriram que as taxas de amamentação exclusiva (sem uso de fórmula durante o período de internação), aumentou de 59,8% para 68,2% no primeiro grupo.
DiCioccio explica que retardar o banho pode significar mais tempo ininterrupto de contato pele a pele entre o bebê e a mãe. Assim o bebê fica mais calmo, ou seja, pronto para mamar. Outra suposição é que como recém-nascidos contém com um aroma familiar que os guia até o peito da mãe.
“Eles estão nadando no líquido amniótico por 38, 39, 40 semanas de vida e o seio da mãe produz um cheiro parecido”, explica a autora do estudo. “Então o pensamento é que talvez os dois cheiros ajudem o bebê a fortalecer o vínculo. Isso torna mais fácil para o bebê encontrar algo confortável, de que ele goste”, diz.
Outra descoberta do estudo é a de que recém-nascidos que tomaram banho depois de 12 horas do parto eram mais propensos a ter uma temperatura normal após o banho, se comparados a bebês mais novos, que estavam com frio, que ficam cansados para mamar. Mais uma observação da pesquisa foi que em mulheres que tiveram parto vaginal o efeito foi mais forte — provavelmente porque seus bebês são colocados em seu peito imediatamente em comparação com cesáreas, quando o contato pode demorar até 30 minutos, esclarece a pesquisadora.
A recomendação de atrasar o banho só não vale para mães diagnosticadas com HIV, lesões ativas por herpes, hepatite B ou C, devido ao risco de ser exposto a patógenos sanguíneos.
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