Em uma maternidade em São Paulo, um bebê com tumor no pulmão passou por uma cirurgia de alto risco ainda dentro do útero da mãe. Na data do procedimento, a mãe estava na 28ª semana de gestação e descobriu que o filho tinha um tumor benigno.
A mãe, Monique Araújo Batista, e o pai Rodrigo Barbosa Gonçalves, ambos de 46 anos de idade, descobriram que o o filho tinha um tumor benigno no segundo trimestre da gestação, através de um ultrassom morfológico. Esse tumor fazia com que uma massa crescesse de forma desordenada, causando uma compressão em outros órgãos. Para o portal O Globo, Monique contou como se sentiu no momento da notícia: “Quando recebemos o diagnóstico, parece que o nosso mundo caiu. Eu queria acordar de um pesadelo”.
Antonio Moron, cirurgião e obstetra pelo serviço de Medicina Fetal do Hospital e Maternidade Santa Joana contou que o uso de corticoides poderia reduzir o volume da massa e adiar a cirurgia para depois do nascimento. Contudo, a medicação não surtiu os resultados esperados para a mãe, fazendo com que fosse necessária uma cirurgia intrauterina. Graças a uma técnica inspirada em um cirurgião pediátrico dos Estados Unidos, a cirurgia intrauterina contou com um acesso venoso colocado no dorso da mão do feto, que recebeu toda a medicação necessária: “Tentamos algumas vezes dar para ela alguns remédios, como o corticoide, que é uma injeção intramuscular que na grande maioria desses tumores, tende a regredir o volume da massa, ela foi expandindo cada vez mais e chegou um ponto em que o bebê teve o coração ‘empurrado’ contra a parede torácica”. Felizmente, a operação foi bem sucedida.
O bebê, chamado Rafael, nasceu três semanas depois. Após o nascimento, ficou mais de 40 dias internado na UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana por ter nascido prematuro. Monique contou: “Foram mais de 40 dias angustiantes com ele na UTI. Nos passávamos o dia com ele. Só voltávamos para dormir, tomar banho e no dia seguinte já seguíamos para o hospital”.
