A cena é clássica: depois de mamar, o bebê começa a se contorcer, faz careta, solta um pum e, com sorte, vem aquele arroto que traz alívio para todos. Durante a mamada, ao chorar ou até ao respirar, os bebês engolem ar. Esse ar acaba se acumulando no sistema digestivo, provocando desconforto. Felizmente, há formas simples e eficazes de ajudar nessa missão.
O ar que entra durante a mamada pode causar uma sensação de saciedade precoce, fazendo com que o bebê mame menos do que precisa. Além disso, ele pode sentir dores ou desconforto, especialmente se tiver refluxo ou cólica. Por isso, o famoso “arrotinho” faz parte do ritual pós-mamada de muitos bebês.
Nem todos precisam arrotar o tempo todo. Há quem solte ar facilmente e outros que quase nunca o façam. O importante é observar os sinais que seu filho dá.
Como saber se o bebê precisa arrotar?
Sinais como parar de mamar repentinamente, chorar sem motivo aparente ou recusar o segundo seio podem indicar que o ar está incomodando. Outro sinal clássico é a careta ao ser deitado após a mamada, o desconforto fala alto. Com o tempo, geralmente entre 4 e 6 meses, os bebês se tornam mais eficientes na sucção, engolindo menos ar, o que pode reduzir a necessidade de arrotar.
Bebês que usam mamadeira têm mais gases?
Sim. Bebês que usam mamadeira geralmente engolem mais ar do que os que mamam diretamente no peito. Isso acontece porque o fluxo da mamadeira costuma ser mais rápido e difícil de controlar. Além disso, a posição mais ereta ao mamar no peito ajuda a diminuir os gases. Mesmo assim, o excesso de leite ou uma pega inadequada no seio também podem contribuir para o problema.
Como reduzir os gases do bebê que usa mamadeira?
Se o seu bebê se alimenta com mamadeira, há alguns cuidados que ajudam bastante. Dê o leite com a criança bem ereta, mantendo a cabeça mais alta que o restante do corpo. Incline a mamadeira de modo que o bico esteja sempre cheio de leite: nada de bolhas de ar.
Evite bicos com furos muito grandes ou que tenham sido alargados. Teste diferentes tipos de bicos até encontrar o que funciona melhor. Existem modelos específicos que prometem reduzir a entrada de ar. Algumas famílias acham que funcionam, mesmo sem evidência científica clara.
Ah, e não se esqueça do clássico: depois de mamar, coloque o bebê na posição vertical por uns cinco minutos para ajudar o arroto a sair.

Parar a mamada para arrotar: sim ou não?
Se o bebê estiver mamando tranquilo, não interrompa. Parar nesse momento pode causar mais choro — e, com ele, mais ar engolido. Espere por uma pausa natural, como quando ele solta o peito, e aí sim aproveite para ajudar com o arroto. Depois que ele terminar, vale repetir o processo.
Fique de olho em sinais de desconforto durante a mamada, como contorções ou choros sem motivo. E prepare-se: o arroto às vezes vem acompanhado de leite, então tenha um pano sempre por perto.
Posições para ajudar o bebê a arrotar
Três posições costumam funcionar bem para ajudar o bebê a liberar o ar:
- No ombro: com o bebê apoiado no seu ombro, dê tapinhas suaves ou faça massagem nas costas.
- Sentado no colo: sente o bebê no colo, de costas para você, incline-o levemente para frente e segure pelo ombro e queixo enquanto massageia.
- De frente no colo: com o bebê de frente para você, sem chegar ao ombro, aplique leves tapinhas nas costas.
Aproveite o momento para conversar ou cantar, isso ajuda a acalmar e relaxar.
E se o bebê não arrotar?
Se passaram cinco minutos e nada aconteceu, pode ser que o arroto não venha mesmo. Alguns bebês têm mais dificuldade, especialmente se o ar já foi mais longe dentro do sistema digestivo. Nestes casos, varie as posições e tente novamente.
Alguns só conseguem liberar o ar com soluços. E está tudo certo com isso também: é comum que os recém-nascidos soluquem várias vezes ao dia.
Como aliviar dores de gases?
Se o bebê estiver visivelmente incomodado, o pediatra pode recomendar medicamentos à base de dimeticona ou simeticona, que ajudam a agrupar as bolhas de ar e facilitar a expulsão.
Além disso, há outras medidas que podem ajudar bastante: um banho morno seguido de massagem na barriga, sempre em movimentos circulares no sentido horário, ou os famosos “movimentos de bicicleta” com as pernas. Se o bebê resistir, pare e ofereça colo. O importante é que ele se sinta confortável e acolhido.