Dizem por aí que os bebês já nascem sabendo nadar, mesmo sem nunca terem aprendido, e que essa aptidão desaparece quando eles começam a crescer. Mas, pelo contrário, os recém-nascidos não são tão habilidosos assim, por mais que pareçam familiarizados com o ambiente aquático. O que acontece, na verdade, é um movimento intuitivo de autoproteção conhecido como Reflexo de Natação.
Quando posicionados na água, os recém-nascidos mexem seus braços e pernas de forma repetitiva, e desta forma. conseguem permanecer estáveis, sem se afogar. Entretanto, esse reflexo desaparece quando o bebê chega aos seis meses de idade, tornando perigoso mantê-los em uma banheira, por exemplo, sem a supervisão de um adulto.
“Colocar os bebês na água e deixá-los nadar por conta própria é altamente desaconselhável, uma vez que eles podem facilmente se engasgar e se afogar”, alerta o vice-presidente do Departamento de Cuidados Domiciliares da Sociedade de Pediatria de São Paulo, José Gabel.
Habilidade motora
O estudo de Blanksby, que busca analisar o comportamento aquático dos recém-nascidos, mostra que as crianças podem adquirir habilidades de nado apenas por volta dos cinco anos de idade, quando o desenvolvimento motor já está maduro e elas têm mais controle do corpo.
Portanto, iniciar as aulas de natação precocemente não significa que a criança dominará mais rapidamente a prática, justamente pela capacidade neuromuscular ainda incompleta.
Segurança
A natação direcionada à família com a intenção de introduzir os bebês de forma divertida e descontraída nesse ambiente não devem ser vista como aula de sobrevivência. “É a oportunidade para introduzir as crianças à água e estar consciente dos riscos. Não serve para torná-las nadadoras talentosas ou para sobreviver de forma independente na água”, explica o pediatra.
A Academia Americana de Pediatria também reforça essa ideia de segurança, recomendando que os pais não deixem seus bebês sozinhos dentro da água e que devem estar sempre por perto para evitar afogamentos.
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