Você sabia que o cheirinho de bebê pode ter um efeito superespecial no cérebro das mamães? Um estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, trouxe uma descoberta fascinante: o aroma dos recém-nascidos pode ajudar a fortalecer o vínculo entre mãe e filho e até estimular a produção de dopamina, o hormônio da sensação boa.
A dopamina é responsável pela sensação de prazer que sentimos quando comemos algo delicioso ou quando recebemos uma recompensa. Pois é, o cheirinho de bebê pode gerar essa mesma sensação no cérebro das mães, o que explica o quão mágico e reconfortante é aquele aroma único que só os pequenos têm.
Como o estudo foi feito?
Para entender melhor essa reação, a pesquisa envolveu 30 mulheres divididas em dois grupos. Um grupo tinha mães de primeira viagem, com bebês de até um mês e meio, e o outro grupo era composto por mulheres que não eram mães. O objetivo? Observar a reação cerebral de ambas as partes ao sentirem diferentes cheiros — entre eles, o cheirinho de pijaminhas usados por bebês. As participantes passaram por exames de ressonância magnética para monitorar a atividade cerebral enquanto estavam expostas a esses cheiros. O foco foi analisar a resposta neural àquele aroma que só um bebê recém-nascido tem.
O que o cheiro de bebê tem a ver com a dopamina?
Os resultados foram surpreendentes! As mamães mostraram uma atividade cerebral bem mais intensa quando sentiram o cheiro dos bebês, especialmente nas áreas do cérebro relacionadas à recompensa. E o mais interessante: isso resultou em um pico de produção de dopamina! Ou seja, o cheirinho de bebê provoca uma sensação de prazer no cérebro das mães, algo que é comparável a outras recompensas poderosas, como a satisfação de comer algo gostoso ou até o prazer de receber algo desejado. Esse efeito é um indicativo de como o cheiro dos bebês está profundamente ligado a uma reação emocional positiva e instintiva, que ajuda a motivar as mães a cuidarem de seus filhos.

O cheiro e o vínculo mãe-filho
Além de gerar prazer, o cheiro do bebê tem um papel essencial na criação e no fortalecimento do vínculo emocional entre mãe e filho. O estudo mostrou que o odor dos recém-nascidos pode influenciar diretamente comportamentos como a amamentação e os cuidados protetores. E mais, esse mecanismo é essencial para a sobrevivência dos bebês. Ele está relacionado à seleção natural, ou seja, a natureza criou esse “gatilho” emocional para garantir que as mães estejam motivadas a cuidar dos seus pequeninos.
Porém, uma curiosidade: a pesquisa não investigou como os homens reagem a esse estímulo, o que abre espaço para mais estudos sobre como o cheiro de bebê pode afetar os pais de maneiras diferentes.
O que vem por aí?
Essa pesquisa levanta muitas perguntas interessantes, como por exemplo, até que ponto o nascimento de um filho altera os circuitos cerebrais das mães. Será que é o momento do parto que ativa esses gatilhos, ou é a experiência diária com o bebê que faz o cérebro reagir dessa forma? O estudo oferece uma nova perspectiva sobre como os aspectos sensoriais influenciam a maternidade e abre um caminho para futuras pesquisas sobre as reações dos pais a esses estímulos emocionais. Afinal, entender mais sobre esses laços instintivos e sensoriais ajuda a compreender melhor os complexos vínculos que se formam entre mãe e filho desde o nascimento.