Coluna

São as pessoas ao nosso redor que fazem a vida valer a pena

(Foto: Shutterstock)

Publicado em 22/05/2024, às 11h47 por Ana Cardoso e Marcos Piangers


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Ele: mesa cheia

Quando minha primeira filha era pequena, fomos conhecer o nordeste brasileiro e ficamos hospedados na casa de amigos que tinham quatro filhos. No quarto deles, a cama era imensa. “Dormimos todos amontoados”, nos disse o pai, sorrindo feliz. Foi uma dessas pequenas e bonitas influências na nossa vida. Acabamos comprando, nós também, uma cama enorme para que nossas filhas se sentissem bem-vindas. Outra coisa que sempre tivemos grande: uma mesa para receber amigos.

Esses dias, ouvi um milionário americano falando, talvez fosse até bilionário, não tenho certeza sobre o que ele considera sucesso. Era uma dessas entrevistas das quais a internet está cheia: como você conseguiu juntar essa quantidade fascinante de dinheiro e quais as dicas que pode nos dar. Em determinado momento o milionário falou: “Quer saber o que é sucesso de verdade? Seus filhos quererem passar tempo com você depois de velhos”.

Aproveite a vida com quem você ama - (Foto: Shutterstock)

 

O entrevistador estava ali querendo saber qual era a rotina diária daquele senhor bem-sucedido, o que pra mim é tão absurdo quanto perguntar ao Picasso o que comia no café da manhã ou qual seu pincel favorito. O fato é que as pessoas bem-sucedidas financeiramente chegaram lá de várias maneiras: entrar em um negócio na hora certa, um sócio genial, aquilo que você é apaixonado coincidiu de ser algo extremamente bem remunerado nesse pedaço do mundo, nesse exato momento do universo.

Aquele senhor rico foi enfático: sucesso de verdade é ter a mesa cheia nos finais de semana. É quando seus filhos querem almoçar com você, conversar com você, viajar com você até o final da sua vida. Quando você não está rodeado de interesseiros, mas de gente que te ama de verdade. Seremos ricos ou pobres por acaso, por motivos que muitas vezes não podemos controlar. Onde nascemos, como eram nossos pais, quem eram nossos amigos, o que nos ensinaram, se nossos interesses tinham valor monetário na sociedade em que vivemos.

Contudo, algo que podemos controlar é o nosso sucesso entre nossos amores. Sendo bons pais, bons parceiros e bons amigos, cultivamos afetos para o resto da vida. O verdadeiro sucesso não está em ter uma conta bancária cheia de dinheiro. Está em uma mesa cheia. Uma mesa cheia de pessoas que nos amam verdadeiramente. 

Ela: ações em alta

Estou fazendo um investimento em afetos. Tenho gastado meu tempo com o que há de mais precioso na agenda telefônica. Aproveito pra abraçar bastante minha filha de onze anos, deixo ela dormir na minha cama às vezes. Curto ouvir as peripécias da mais velha, é tanto namorado que eu me perco. Não desperdiço jamais um café com minha mãe, taça de vinho com a sogra, um final de semana romântico com o marido e é claro, caminhadas e chopes com as amigas.

É sobre com quem a gente compartilha a vida (Foto: Getty Images)

 

Isso é ouro, é a ação mais valiosa da minha bolsa de valores. Tenho amigas que estão por aí comemorando o centenário de suas avós. Que saudades eu tenho das minhas, convivi tão pouco com ambas. Quando eu tinha 18 anos, não havia mais uma velhinha divertida para compartilhar um almoço cheio de nostalgia. Como era mesmo o nome daquele cinema na praça que fulano desmaiou de emoção ao ver tal lme? Minhas avós se foram e levaram com elas décadas de memórias e afetos. Não estiveram no meu casamento, não conheceram as minhas filhas.

Hoje em dia, graças à ciência, mesmo adoecendo podemos fazer planos para viver muitos e muitos anos. Ainda que esta perspectiva seja otimista, precisamos fazer constantes balanços sobre nossa vida: será que estamos comendo bem? Deveríamos beber menos? E a academia, semana que vem nós começamos mesmo?

No entanto, o que vai nos salvar lá na frente são as nossas relações. Não adianta pensar em ser uma velhinha yoguine e garantir que terei casa e alimento se as minhas filhas não me quiserem por perto, se eu não tiver bons amigos que me ajudem a recordar como era ’no nosso tempo’ ou uma boa saúde mental para curtir os netinhos se eles vierem. De que vale a vida se não estivermos ao lado de quem nos faz feliz?

Moral: “Se você não se esforçar e for atencioso com as pessoas, pode acabar sozinho."

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