- “Armazenar o leite foi o que me permitiu voltar ao trabalho sem romper com a amamentação.” – Patrícia, mãe de João Victor
- “Tenho um certo receio de armazenar o leite e perder a qualidade.” – Elisabete, mãe de Douglas
- “Armazenar o leite é vida, afinal mãe também precisa de um tempo pra si e poder sair mais tranquila.” – Giselle, mãe de Luísa e Daniel
Quem amamenta pode ter razões para se separar do bebê sejam de trabalho ou estilo de vida. Quando a amamentação não é direta, o leite humano continua sendo o melhor alimento para o bebê. O Protocolo 8 da ABM (Academy of Breastfeeding Medicine) traz algumas considerações sobre leite humano para uso doméstico em bebês nascidos de tempo normal.

Sobre a coleta, é importante salientar a lavagem das mãos que podem contaminar com vírus e bactérias causando doenças quando não realizada ou realizada inadequadamente. A ordenha pode ser feita com as próprias mãos, com uma bomba manual ou elétrica, a depender da destreza de quem o faz. O armazenamento deve ser preferencialmente em potes de vidro ou polipropileno, existe uma preocupação em relação a contaminação do leite em sacos plásticos.
Sobre o armazenamento, algum tempo em temperatura ambiente é tolerável, mas é melhor resfriar ou refrigerar o mais rápido possível. Na geladeira o armazenamento de 48-72 horas é aceitável. No congelador demostrou-se segurança no armazenamento por 3 meses. Algumas considerações importantes: o cheiro do leite armazenado pode se alterar devido a quebra de gorduras. Lembre-se que ao congelar ocorre a expansão do volume, por isso deixe um espaço para isso.
É possível misturar leites ordenhados em diferentes momentos, porém ao misturar não se deve colocar o leite recém ordenhado e quente por cima do leite congelado, resfriar em geladeira antes é indicado. Quando com estudos científicos conseguimos flexibilizar esses parâmetros, tornamos mais possível a continuidade do aleitamento.
Na próxima coluna trarei novas diretrizes sobre a utilização desse leite! Os protocolos brasileiros ainda não se adequaram às orientações internacionais. Porém é importante saber destas diferenças para que possamos ter alguma flexibilidade, fazendo com que mães que precisam se ausentar e ordenhar permaneçam em aleitamento materno exclusivo.